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Empresas captam US$ 870 milhões em dois dias

Vale e Braskem aproveitam o apetite do mercado e trazem 650 milhões de dólares

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Um dia após a estréia de 2004 das empresas brasileiras no mercado internacional, as captações externas voltaram a empolgar nesta sexta-feira (9/1). Ontem, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) captou 200 milhões de dólares e o neófito Frigorífico Minerva realizou sua primeira inserção no mercado externo por meio de um pré-pagamento de exportação de 20 milhões de dólares. Hoje, Vale do Rio Doce e Braskem trouxeram mais 650 milhões de dólares.

A Vale captou 500 milhões de dólares. A mineradora surpreendeu também pelo prazo da emissão: 30 anos. Os papéis, que pagam juros de 8,25% ao ano em dólares ao investidor, vencem apenas no ano 2033, quando o oitavo sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva estará governando o Brasil. Outra a captar foi a empresa petroquímica Braskem, que emitiu 150 milhões de dólares em títulos de dez anos.

Até agora, essas quatro empresas trouxeram 870 milhões de dólares ao país. Os comentários do mercado falam em novas captações do grupo Votorantim, que poderia trazer de 300 a 500 milhões de dólares em um papel de longo prazo. Além disso, bancos como Bradesco e Unibanco, que foram bastante agressivos na captação de recursos no ano passado, poderiam anunciar novas operações nos próximos dias.

Todas essas empresas pretendem aproveitar o bom momento do Brasil no mercado internacional. O principal fator a justificar esse movimento, a elevada liquidez nos países desenvolvidos, deverá continuar ainda por um bom tempo.

Essa certeza é justificada pelos dados americanos. Nesta sexta-feira, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos anunciou que no mês de dezembro a economia americana criou apenas 1 000 vagas novas. Os prognósticos variavam de 75 000 a 250 000 novas vagas, mas o número decepcionou. Foi a maior divergência entre expectativas e dados divulgados em mais de dez anos. Por isso, cresceu a convicção do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deverá elevar os juros tão cedo, mantendo a atração dos títulos brasileiros. 

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