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É melhor pagar o teto do INSS ou investir no Tesouro Direto?

Especialista indica se, com as novas regras da Previdência Social, é melhor reduzir a contribuição para o INSS e investir em uma aplicação financeira

Aposentadoria: É melhor esperar a nova regra passar no Congresso para fazer o cálculo (dolgachov/Thinkstock)

Aposentadoria: É melhor esperar a nova regra passar no Congresso para fazer o cálculo (dolgachov/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 18 de dezembro de 2016 às 07h00.

Última atualização em 18 de dezembro de 2016 às 07h01.

Pergunta do leitor: Tenho 44 anos e contribuo com o teto máximo do INSS há 28 anos. Este ano, passei a atuar como autônomo e tenho a opção de passar a contribuir com o mínimo para a Previdência Social. Com essa economia mensal, poderia aplicar em LCI, LCA ou no Tesouro Direto.

Considerando a nova regra da Previdência, que está sendo discutida, terei que contribuir para o INSS por mais 21 anos. Daqui em diante, é melhor contribuir com o teto mínimo e aplicar em outros investimentos ou manter a contribuição no teto máximo?  

Resposta de Fernando Meibak*:

Sou muito favorável a ter previdência pública, pois ela oferece alguns benefícios adicionais, como aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. Por outro lado, recomendo fazer um investimento adicional, pois os valores de aposentadoria pública são limitados.

Com as novas regras do projeto que foi encaminhado ao Congresso Nacional, você, com menos de 50 anos, entrará no novo sistema. Para as pessoas dessa faixa etária, a idade mínima para se aposentar será de 65 anos.

O salário da aposentadoria será calculado por uma nova fórmula, que vai considerar a média simples de 100% da contribuição mensal (e não mais 80%). Para calcular o salário da aposentadoria, some uma base inicial, equivalente a 51% dessa média, mais 1% para cada ano de contribuição.

Como você tem 44 anos, falta 21 para a idade de 65 anos. Como você já contribui há 28 anos, terá um tempo de contribuição de 49 anos (28 +21). Assim, somará exatamente 49% aos 51%, atingindo o patamar de 100% do salário do benefício, que hoje é limitado a R$ 5.189,82.

Ao reduzir os valores de contribuição por 21 anos, você vai afetar a sua média salarial para cálculo do benefício, pois somará os 28 anos de contribuição do teto com os 21 anos de contribuição mínima.

Ressalto que essas regras ainda podem ser modificadas no Congresso, o que essas considerações podem mudar. Comenta-se, por exemplo, que a base inicial pode ser aumentada para 55%. Assim, recomendo aguardar alguns meses para tomar uma posição mais segura.  

Ao investir diretamente esse dinheiro em uma aplicação financeira como o Tesouro Direto, você vai atingir um total de recursos no futuro, conforme o rendimento desses investimentos. Há diversos cenários possíveis para estimar essa rentabilidade.

Uma diferença importante é que, no regime de previdência, a renda é vitalícia. Ou seja, o quanto você poderá viver depois dos 65 anos é um fator de risco. Quanto mais tempo, melhor será o sistema INSS. Quanto menos tempo, melhor seria você investir diretamente em outra aplicação.

*Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”. 

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