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Dólar volta a subir após 2 dias de trégua, para R$1,844

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a subir diante do real nesta quarta-feira, pondo fim a uma trégua de dois dias, com baixa das commodities no exterior e maior pessimismo com problemas fiscais na zona do euro.   A moeda norte-americana fechou a 1,844 real, em alta de 0,77 por cento. Com isso, a […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a subir diante do real nesta quarta-feira, pondo fim a uma trégua de dois dias, com baixa das commodities no exterior e maior pessimismo com problemas fiscais na zona do euro.

A moeda norte-americana fechou a 1,844 real, em alta de 0,77 por cento. Com isso, a queda acumulada pelo dólar neste início de mês diminuiu para 2,18 por cento.

Profissionais do mercado já alertavam que a continuidade da baixa do dólar vista nos dois primeiros dias de fevereiro dependia de um cenário externo favorável. Mas, nesta sessão, o dólar voltou a subir ante a maioria das moedas no exterior.

Em relação a uma cesta com as principais divisas, a alta era de 0,4 por cento no fim da tarde. O euro era um dos mais afetados, com queda de 0,35 por cento, em meio à preocupação de investidores com a situação fiscal de países como Espanha e Portugal.

O pessimismo ganhou corpo mesmo com a aprovação pela Comissão Europeia do plano fiscal da Grécia --país com um dos maiores déficits da região.

"É aversão a risco", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "Daí o pessoal aproveita para se resguardar, e recorre ao câmbio."

Outros operadores também relataram que a alta do dólar era impulsionada pelo mercado internacional, sem um fator interno decisivo para pressionar a taxa de câmbio.

"O mercado externo e as commodities viraram um pouco antes do almoço", citou o operador de câmbio de um importante banco nacional, que preferiu não ser citado. À tarde, o índice Reuters-Jefferies de commodities caía 0,6 por cento.

O mercado aguarda para o restante da semana dados importantes sobre os Estados Unidos. Na quinta-feira, serão divulgadas informações sobre encomendas à indústria e, na sexta-feira, números oficiais sobre o mercado de trabalho.

Nesta sessão, uma prévia sobre o nível de emprego no setor privado ficou um pouco melhor que o esperado, mas não animou.

No Brasil, o Banco Central divulgou superávit de 1,075 bilhão de dólares no fluxo cambial do mês passado. O resultado foi garantido principalmente na última semana do mês, embora o dólar tenha se valorizado nas últimas nove sessões de janeiro.

De acordo com analistas, a alta do dólar no período foi justificada pelo comportamento de investidores no mercado futuro, em que o fluxo cambial tem menos influência.

CONVERSIBILIDADE DO REAL

À época, diversos fatores no Brasil e no exterior -- como aperto monetário na China, déficit em transações correntes do Brasil e a possibilidad de compra de dólares pelo Fundo Soberano-- aumentaram a demanda no mercado futuro, elevando a posição comprada de estrangeiros a 7,4 bilhões de dólares no fim de janeiro. Na virada do mês, essas posições diminuíram a cerca de 3,5 bilhões de dólares.

Para o longo prazo, o governo deu mais uma indicação de que visa a transformação do real em uma moeda totalmente conversível no exterior, com a apresentação de novos modelos de cédulas, mais resistentes à falsificação.

"O real hoje é uma moeda forte", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "E a moeda só é forte quando reflete a solidez da economia."

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