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Dívida com rotativo do cartão de crédito bate recorde

No fim de junho,o saldo devedor bateu recorde de 33 bilhões de reais. No início da série histórica, iniciada em 2007, esse saldo era de 11 bilhões


	Neste ano, a modalidade de crédito para consumo foi a que mais cresceu - com 16,6%.
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Neste ano, a modalidade de crédito para consumo foi a que mais cresceu - com 16,6%. (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2015 às 16h39.

Os brasileiros estão usando cada vez mais o rotativo do cartão de crédito. No fim de junho, o somatório do saldo devedor dessa modalidade de crédito atingiu o recorde de R$ 33,122 bilhões, na série histórica do Banco Central (BC), iniciada em março de 2007. No início da série histórica, esse saldo era de R$ 11,407 bilhões.

O rotativo do cartão de crédito é a operação em que o cliente financia o saldo devedor remanescente após pagar somente uma parte da fatura. Também são consideradas como rotativo as operações de saque na função crédito.

No ano, essa foi a modalidade de crédito para consumo em que o saldo mais cresceu (16,6%), ganhando do cheque especial (12,7%). Para o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a queda na atividade econômica, com inflação em alta, gera dificuldades no orçamento doméstico e as pessoas deixam de pagar até mesmo o valor mínimo da fatura do cartão de crédito.

O pagamento mínimo é de 15% do total da fatura. Ao deixar de pagar o valor total, o cliente automaticamente contrata uma operação de crédito, com incidência de juros sobre o saldo não liquidado.

As instituições financeiras cobram juros altos por esse empréstimo e há o risco de a dívida crescer como bola de neve até o ponto de o cliente não conseguir pagar. “Essa é uma linha que, em cinco meses e meio, dobra de tamanho”, disse Oliveira.

Em junho, a inadimplência do rotativo do cartão de crédito chegou a 36,9%, com alta de 1,5 ponto percentual, comparado a maio deste ano, e de 4,3 pontos percentuais na comparação com igual mês de 2014.

Oliveira aconselha um crédito com juros mais baixos, como o consignado em folha de pagamento, para pagar a dívida do cartão de crédito. As instituições financeiras costumam oferecer o parcelamento do saldo devedor da fatura com juros menores que do rotativo. Mesmo assim é geralmente uma taxa superior aos juros do crédito pessoal.

Em junho, a taxa média do cartão de crédito parcelado chegou a 118,2% ao ano, enquanto a do rotativo ficou em 372% ao ano, a maior entre as cobradas de pessoas físicas no crédito com recursos livres (os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros).

A taxa do cheque especial, também uma das mais altas, ficou em 241,3% ao ano. Já a do crédito pessoal alcançou 48,4% ao ano.

Essa taxa do cartão de crédito é a média cobrada pelas instituições financeiras, mas há bancos que chegam a cobrar quase 800% ao ano. No fim de julho, o ranking de taxas do BC mostrava que os juros do cartão de crédito rotativo ia de 70,42% ao ano a 794,95% ao ano.

Apesar do crescimento do uso do rotativo, a maioria dos consumidores ainda prefere o pagamento à vista. O saldo das operações com pagamento à vista no cartão de crédito (operações sem incidência de juros) chegou, em junho, a R$ 114,163 bilhões. Já o saldo parcelado (compras parceladas com juros e parcelamento da fatura) ficou em R$ 12,483 bilhões.

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