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Devo trocar minhas dívidas por empréstimo mais longo com parcela menor?

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Dívidas: Prazos mais longos podem resultar em um maior valor final pago (Germano Luders/Exame)

Dívidas: Prazos mais longos podem resultar em um maior valor final pago (Germano Luders/Exame)

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Juliana Elias

Publicado em 24 de dezembro de 2019 às 07h00.

Última atualização em 24 de dezembro de 2019 às 08h00.

Pergunta do leitor: Estou aprendendo a cuidar do meu dinheiro e a comecei minha reserva financeira, mas tenho quatro empréstimos que somam mais de 13 mil reais. Eles vão terminar em 2023. Seria mais interessante eu trocar todos esses empréstimos por um único com juros mais baixos, mas com tempo maior para pagar e parcelas menores?

Resposta de Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil*

Pagar uma taxa de juros menor por mais tempo, mesmo que signifique parcelas menores, pode resultar no desembolso de um valor total maior ao final do período. Então, para saber se é vantajoso do ponto de vista financeiro fazer essa troca de dívidas, você precisará fazer as contas.

Para isso, em primeiro lugar reúna o valor de todas as suas pendências e calcule o quanto deve. Em seguida, descubra o custo efetivo total (CET) de cada empréstimo que possui. O CET nada mais é do que o total de encargos que você está pagando pelas suas dívidas, incluindo não apenas os juros, mas também taxas, IOF, seguros e demais possíveis tarifas. Se você não souber onde encontrar essa informação, entre em contato com as instituições financeiras com quem tem crédito. Elas têm a obrigação de fornecer para o
consumidor a tabela com o custo efetivo total da operação.

Pronto, agora, com base no valor de cada dívida e em seu respectivo CET, você consegue saber o quanto terá pago, no total, pelos seus quatro empréstimos ao final do período. Se não tiver o hábito de realizar essa conta, há uma série de calculadoras e simuladores online que podem te ajudar com isso.

Em seguida, você precisa comparar essa quantia com o quanto irá pagar ao final do novo empréstimo que pretende tomar para pagar todas as suas dívidas atuais. A conta deve ser feita da mesma forma: calcule o quanto terá desembolsado ao final do período da nova operação de crédito, considerando seu prazo e o seu CET.

Por fim, há um ponto muito importante a considerar. Você comentou que iniciou sua reserva financeira, e merece os parabéns por começar a cuidar das suas finanças! Mas, para quem possui dívidas, minha sugestão é se livrar delas primeiro para depois começar a reserva financeira. Isso porque, muito provavelmente, o custo dos seus empréstimos é maior do que o rendimento da sua aplicação. E, se isso for verdade, não adianta fazer esforço para guardar dinheiro enquanto está pagando mais pelos juros. O mesmo vale para quem já possui alguma reserva: provavelmente valerá a pena se desfazer dela para
quitar a maior parcela possível da dívida.

* Marcela Kawauti é economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e colabora com o portal Meu Bolso Feliz. O SPC Brasil conta com um aplicativo para smartphones, o “SPC Consumidor”. A ferramenta oferece consulta gratuita de CPF, dicas de bem-estar financeiro e outros serviços

Envie suas dúvidas sobre investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.

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