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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Devido a sua forte desvalorização após o início da crise aérea, a Gol anunciou hoje que vai recomprar 5 milhões de ações preferenciais (sem direito a voto). Considerando o preço de fechamento dos papéis ontem (33,36 reais), a operação custaria ao caixa da Gol cerca de 167 milhões de reais.
A empresa chegou a cogitar no ano passado recomprar todas as suas ações em circulação e voltar a ser uma companhia fechada. Com a má repercussão da operação, entretanto, informou neste mês ao mercado que desistiria dessa possibilidade. A desistência acentuou ainda mais o movimento de queda livre das ações da Gol negociadas na Bovespa.Os papéis preferenciais da empresa, que chegaram a ultrapassar 80 reais em maio de 2006, iniciaram movimento de forte desvalorização após o acidente de aéreo de setembro de 2006 e o início das paralisações dos controladores de vôo. No início de 2008, quando as ações finalmente começavam a se estabilizar em patamares acima de 40 reais, vieram os temores de recessão nos Estados Unidos e novamente acentuaram o movimento de venda dos investidores.
No comunicado divulgado hoje, a Gol afirma que seu conselho de administração autorizou a recompra de 8,8% de suas ações preferenciais "considerando o atual nível de preço" dos papéis. Programas de recompra costumam gerar algum impacto positivo nas cotações, principalmente no curto prazo. Apesar de reduzirem a liquidez no longo prazo, devido ao menor volume de papéis em circulação, o investidor ganha com o programa a certeza de que haverá alguma demanda pela ação em caso de estresse no mercado. Além disso, a empresa sinaliza aos investidores que acredita que os próprios papéis vão se valorizar no futuro.
As ações recompradas deverão ser mantidas em tesouraria para posterior cancelamento ou revenda, sem prejuízo aos atuais investidores. Como é praxe no mercado, o período de recompra deve durar 365 dias, contados a partir de hoje.
A empresa também decidiu fixar o valor de seus dividendos trimestrais em R$ 0,18 por ação ordinária ou preferencial. Se esse valor não alcançar 25% do lucro líquido da empresa, deverá ser elevado.