Gráfico em queda: Retorno da poupança, descontada a inflação, foi de apenas 0,71% em 2014 (Divulgação/247wallst.com)
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 11h04.
São Paulo - A caderneta de poupança teve um retorno real de apenas 0,71% em 2014, o quinto pior desempenho da aplicação desde 1994, segundo levantamento realizado pela consultoria Economatica.
O rendimento real considera o ganho obtido acima da inflação. Como a inflação medida pelo IPCA ficou em 6,14% em 2014, o retorno da poupança praticamente só serviu para repor a perda do poder de compra, sem gerar uma multiplicação relevante do valor investido.
Se considerada a rentabilidade nominal da caderneta, que mostra o rendimento sem o desconto da inflação, o resultado foi uma alta de 7,16%, o melhor retorno nominal desde 2011.
Vale ressaltar que o cálculo real de um investimento não é feito apenas pela subtração da inflação sobre o rendimento. Para chegar à rentabilidade real é preciso fazer a divisão entre o retorno da poupança e o retorno do IPCA.
Na prática, os resultados mostram que, se um investimento de 10 mil reais fosse realizado em janeiro de 2014, em janeiro de 2015 o investidor teria 10.716 reais.
Mas, como os preços subiram 6,14% no ano, é como se ele iniciasse o ano apenas com 71 reais a mais do que no ano anterior, ou com 10.071 reais.
Em outras palavras, com o efeito da inflação o mesmo valor não é capaz de pagar a quantidade de bens que poderia ser comprada um ano antes.
Apesar do resultado ruim, o ano de 2014 não foi o mais sofrido para a caderneta. Os piores desempenhos foram registrados em 2002, 2004, 2012 e 2013.
Veja na tabela a seguir os rendimentos da poupança desde 1994, considerando seu retorno real - ajustado pela inflação - e o retorno nominal - resultado absoluto, sem o desconto do IPCA.
Na lanterna
A Economatica também comparou o retorno real da poupança com o de outros investimentos. Como pode ser observado na tabela abaixo, o rendimento da poupança só não foi pior do que o da bolsa, de -8,76% - resultado do Ibovespa, principal índice de referência da Bovespa.
A comparação mostra que o retorno da caderneta foi muito inferior ao da taxa DI - taxa de juro médio praticada no Certificado de Depósito Interfinanceiros (CDI), título transacionado entre bancos -, que baliza o rendimento médio das aplicações de renda fixa.
O resultado do CDI permite dizer que, enquanto algumas aplicações de renda fixa, que são mais conservadoras, tiveram rendimento real médio de 4,14%, a poupança rendeu somente 0,71%.
Confira os resultados a seguir:
Investimento | Retorno em 2014 descontada a inflação (IPCA) |
---|---|
Dólar Ptax Venda | 6,56% |
Ouro | 5,30% |
CDI | 4,14% |
Poupança | 0,71% |
Ibovespa | -8,76% |
Melhor fugir da poupança em 2015
Com a tendência de alta dos juros básicos da economia em 2015, os rendimentos de outros investimentos de renda fixa devem ampliar ainda mais sua distância em relação à poupança.
Isso ocorre porque, enquanto a poupança rende sempre 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic passa dos 8,5% ao ano, outros investimentos - como os fundos DI, as LFTs, títulos do Tesouro Nacional, e os CDBs - aumentam sua remuneração conforme a taxa básica de juros é elevada.
Por esse motivo, especialistas recomendam aos investidores da poupança migrar seus recursos para outras aplicações caso queiram ampliar seus rendimentos em 2015.
As aplicações mais recomendadas para o ano, segundo consultores entrevistados por EXAME.com são: as LFTs, títulos do Tesouro Nacional atrelados à taxa Selic; as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-Bs), títulos públicos que acompanham a inflação; e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos de crédito emitidos por bancos que contam com isenção de imposto de renda.
Veja no vídeo a seguir como fazer seu dinheiro sobrar no fim do mês:
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