Reforma do IR: brasileiro pode deixar de pagar até R$ 4 mil em imposto (Montagem EXAME/Canva)
Repórter de Mercados
Publicado em 2 de outubro de 2025 às 10h17.
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira, 1º, o projeto de lei que zera o Imposto de Renda pessoas que ganham até R$ 5 mil. O PL também dá desconto parcial no IR para quem tem renda de até R$ 7,3 mil, e cria uma alíquota mínima de 10% para contribuintes de alta renda.
O projeto aprovado ontem também estabelece uma alíquota mínima de 10% para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês. Na prática, o aumento do imposto dos mais ricos deve compensar a redução do IR para os que ganham menos.
Segundo o Ministério da Fazenda, a tributação de 10% atingirá 0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda. Trabalhadores em geral pagam, em média, 9% a 11% de IR sobre seus ganhos.
“10 milhões vão deixar de pagar imposto de renda e 5 milhões vão pagar menos do que pagam hoje. São 15 milhões de pessoas afetadas e você tem 141 mil pessoas que pagam uma alíquota média hoje de 2,5%”, afirmou o ministro Fernando Haddad nesta quinta-feira, 2.
Atualmente, está isento apenas quem recebe até R$ 3,03 mil mensais, o equivalente a dois salários mínimos. A proposta do governo é que a isenção para quem ganha até R$ 5 mil seja válida a partir de 2026.
Mas, para isso acontecer, o projeto de lei precisa ser aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula.
De acordo com cálculos elaborados pela Confirp Contabilidade, com base no projeto aprovado, os descontos de IR acrescenta os seguintes valores à renda mensal de cada faixa salarial (contando com pagamento de 13º salário):
Renda Bruta | Ganho por Mês | Ganho Anual | % sobre Salário |
---|---|---|---|
3.036,00 | - | - | - |
3.400,00 | 27,30 | 354,89 | 10,44% |
3.600,00 | 54,76 | 711,89 | 19,77% |
3.800,00 | 84,76 | 1.101,89 | 29,00% |
4.000,00 | 114,76 | 1.491,89 | 37,30% |
4.200,00 | 144,76 | 1.881,89 | 44,81% |
4.400,00 | 177,89 | 2.312,57 | 52,56% |
4.600,00 | 222,89 | 2.897,57 | 62,99% |
4.800,00 | 267,89 | 3.482,57 | 72,55% |
5.000,00 | 312,89 | 4.067,57 | 81,35% |
5.200,00 | 286,27 | 3.721,46 | 71,57% |
5.400,00 | 259,64 | 3.375,28 | 62,51% |
5.600,00 | 233,01 | 3.029,10 | 54,09% |
5.800,00 | 206,38 | 2.682,93 | 46,26% |
6.000,00 | 179,75 | 2.336,75 | 38,95% |
6.200,00 | 153,12 | 1.990,57 | 32,11% |
6.400,00 | 126,49 | 1.644,40 | 25,69% |
6.600,00 | 99,86 | 1.298,22 | 19,67% |
6.800,00 | 73,23 | 952,04 | 14,00% |
7.000,00 | 46,60 | 605,86 | 8,66% |
7.200,00 | 19,98 | 259,69 | 3,61% |
7.350,00 | 0,00 | 0,00 | 0,00% |
7.400,00 | 0,00 | 0,00 | 0,00% |
7.500,00 | - | - | 0,00% |
8.000,00 | - | - | 0,00% |
O projeto amplia a faixa de isenção do imposto de renda até R$ 5 mil por mês, com um desconto parcial até R$ 7,3 mil, e cria uma alíquota mínima de 10% para rendimentos altos.
A proposta do governo é que a isenção seja válida a partir de 2026. Para isso acontecer, o projeto de lei de isenção e de compensação para a renúncia fiscal precisa ser aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula.
No novo formato, com a ampliação da faixa beneficiada, a renúncia anual poderá chegar a R$ 31,7 bilhões, contando a perda de estados e municípios.
Para compensar a renúncia fiscal, o projeto criará um imposto mínimo de 10% que incidirá sobre a renda de quem recebe a partir de R$ 600 mil por ano.