A crise das hipotecas americanas de segunda linha causou mais uma baixa entre os presidentes de grandes instituições financeiras. Kennedy Thompson está deixando a presidência do Wachovia, quarto maior banco dos Estados Unidos em poupança e empréstimos, depois de oito anos no comando - mais da metade deles, também como presidente do conselho de administração. O executivo foi responsabilizado pelos acionistas pelos fortes prejuízos sofridos pela instituição nos últimos meses.

A notícia contribuiu para as bolsas americanas abrirem em queda nesta segunda-feira (2/6). No início do dia, o índice S&P 500 da Bolsa de Nova York recuava 1,1%. A avaliação é de que a demissão de Thompson reavivou as preocupações do mercado em relação aos potenciais prejuízos ainda não contabilizados pelos bancos, causados pela crise do subprime.

De acordo com o americano Wall Street Journal, diversos analistas aguardam agora os resultados do segundo trimestre para conhecer a extensão das perdas do Wachovia. Mike Mayo, analista do Deutsche Bank, divulgou uma nota recomendando aos investidores que aguardem "mais surpresas negativas" no balanço do Warchovia. "Mantemos o viés de baixa para nossas estimativas", afirma Mayo no relatório.

Em abril, o banco divulgou seu primeiro prejuízo trimestral desde 2001. As perdas, acima do projetado pelos analistas, fizeram com que as ações do Wachovia caíssem mais de 4%. A desvalorização do banco foi ainda mais visível no ano passado, quando perdeu mais da metade de seu valor de mercado.

Wachovia já havia sido afastado da presidência do conselho de administração em abril, quando foi substituído no cargo por Lanty Smith. Agora, Smith também ocupará a presidência executiva do grupo.