Creditas: fintech passou a atuar com empréstimos de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões, visando investidores e pequenos e médios empresários (Creditas/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 13h24.
Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 14h51.
A Creditas, fintech especializada em empréstimos com garantias, tem um terço do seu portfólio de R$ 5,8 bilhões dedicado ao home equity, modalidade onde a casa própria do cliente é garantia da dívida. Desde sua entrada nesse mercado, em 2017, a empresa vinha focando em valores mais baixos de R$ 200 mil – 50% abaixo de outros players de mercado. Agora, a estratégia da Creditas passa por um novo mercado, de contratos maiores.
Desde setembro deste ano, a fintech passou a atuar com empréstimos de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões, visando investidores e pequenos e médios empresários. “É um perfil de público que vínhamos estudando e se mostrou viável dentro dos nossos modelos. É onde queremos investir agora”, afirma Tatiana Monseff, diretora de estratégia de home equity da Creditas.
A estimativa da empresa é que todo o portfólio cresça 30% e novo segmento deve ajudar. Aqui, o objetivo não é competir diretamente com os grandes bancos. Afinal, eles largam na frente por já ter relacionamento e condições vantajosas para seus clientes que pedem empréstimos nessa faixa de renda.
“Concorremos com os bancões, mas não estamos preocupados [em capturar clientes deles]. Existem muitos clientes que não tem esse relacionamento, que pesquisam e que encontram na Creditas uma opção vantajosa”, defende Fábio Zveibil, vice-presidente de empréstimos com garantia da Creditas.
Ter um imóvel pode ser um "limite premium" na hora de conseguir um empréstimo, diz CreditasO grande diferencial da Creditas é o investimento pesado em tecnologia que, em um primeiro momento, serviu para rentabilizar operações com tickets mais baixos. Para o público de maior renda, o desafio era oferecer agilidade com taxas atrativas, acrescido de um serviço personalizado – geralmente representado na concorrência pelo gerente de banco ou por uma assessoria especializada.
“Mesmo com o acréscimo de custo do atendimento diferenciado, conseguimos oferecer taxas competitivas. Isso porque compensamos o gasto no resto da operação, com automação e tecnologia em processos como análise de crédito, do imóvel, jurídica”, afirma Zveibil.
O preço do home equity na Creditas para empréstimos de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões fica próxima da taxa mínima de 1,09% +IPCA por mês, valor em linha com o praticado no mercado.
Para além da taxa competitiva, um dos diferenciais, segundo os executivos, é a agilidade. A aprovação na Creditas sai em torno de um dia, enquanto os concorrentes podem levar uma semana para aprovação. Além disso, o dinheiro entra no bolso mais rápido – condição especialmente atrativa para empresários que têm urgência para compor o capital de giro da empresa.
“Somos um dos únicos players em que o tomador pode pegar R$ 500 mil de cara após a assinatura do contrato. Nenhum bancão faz isso”, afirma Monseff. Em geral, o valor dos imóveis para operações deste perfil partem de R$ 1,7 milhão, incluindo residenciais e salas comerciais.
O potencial de crescimento do home equity é alto. O Banco Central estima que a carteira de crédito com garantia imobiliária possa chegar a R$ 500 bilhões no Brasil, contra um portfólio atual na casa dos R$ 25 bilhões. “Ainda que o BC tenha exagerado na estimativa, o fato é que ainda falta muito para se penetrar nesse mercado”, resume o vice-presidente. “E para isso, estamos atacando nas duas frentes: nos tickets mais baixos e, agora, também nos maiores.”