Tito Gusmão, sócio da Warren: próximo passo será ofertar crédito com colateral (Warren / Divulgação/Divulgação)
Natália Flach
Publicado em 13 de setembro de 2019 às 16h59.
Última atualização em 13 de setembro de 2019 às 18h46.
São Paulo - A fintech Warren, que é ao mesmo tempo corretora e gestora, vai lançar uma conta de pagamento gratuita no próximo sábado (14). A ideia é que, com a nova funcionalidade, os investidores não precisem mais resgatar dinheiro da conta para pagar boletos. Ou seja, em um mesmo ambiente que rende 100% do CDI, será possível investir e ficar em dia com as faturas.
"Queríamos dar liquidez, por isso permitiremos que depósitos e resgates sejam realizados no mesmo dia", afirma Tito Gusmão, sócio da Warren, que vai entrar com pedido de licença de instituição de pagamento no Banco Central.
Para abrir a conta, são solicitadas informações simples, como nome, CPF e data de nascimento. Segundo Gusmão, o processo não dura mais do que três minutos; e a aprovação é feita na hora. "Não há custos para abrir a conta nem para fazer transferências", acrescenta. "Se o cliente quiser se tornar investidor, precisa preencher um formulário mais completo de perfil de risco."
Atualmente, a corretora possui 100 mil investidores — esta era a meta para 2019 que foi alterada para 130 mil — e espera encerrar o ano com 1 bilhão de reais. O objetivo é chegar a 2025 com 80 bilhões de reais e 2 milhões de clientes.
Para tanto, a Warren vai ofertar mais produtos. Um deles é crédito com colateral, que deve ser oferecido já no primeiro trimestre de 2020. A garantia será o valor investido por meio da corretora, o que mitiga o risco e permite que a taxa de juros cobrada do tomador seja menor. "Às vezes, a pessoa quer ampliar um consultório dentista, mas não tem o que dar como garantia nem quer resgatar o dinheiro investido. Daí esse crédito é uma boa opção", diz Gusmão.
Isso será possível, pois a Warren vai entrar com processo para pedir a licença de sociedade de crédito direto do BC, que permite que instituições não-bancárias concedam empréstimos com recursos próprios por meio de plataforma eletrônica.
Em abril, a Warren, que tem sede em Porto Alegre e começou a operar em 2017, conquistou seu primeiro aporte, de 25 milhões de reais. Os recursos estão sendo usados para contratar mais funcionários, melhorar a plataforma e atrair mais clientes com ações de marketing.
Com investimento inicial de 100 reais, o usuário começa a usar a fintech por meio de uma conversa com um robô. O algoritmo faz perguntas que permitem descobrir o perfil do investidor e seus objetivos. Os dados são usados para montar uma carteira sugerida de investimentos.
Depois, o cliente pode pedir para que sua carteira seja mais conservadora ou mais agressiva, mudar os aportes mensais e modificar o tempo de investimento.
Entenda o que é conta de pagamento
A conta de pagamento pode ser utilizada pelo cliente para a realização de saques, pagamentos de contas e pagamentos de transações realizadas por cartões de débito ou crédito, ou para a realização de transferências entre contas mantidas na mesma instituição e em outras instituições de pagamento ou instituições financeiras (TED e DOC).
Tudo o que é relacionado a ela – abertura, operações, relacionamento entre cliente e instituição – pode ser feito digitalmente.
Os recursos mantidos em contas de pagamento não compõem o ativo da instituição para efeito de falência ou liquidação judicial e extrajudicial. Além disso, os recursos ficam alocados em conta específica mantida no BC ou aplicados em títulos públicos federais.