Dólar: corretora oferece opção de pagamento em 25 lojas e pelo site, em entregas na Grande São Paulo (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 27 de agosto de 2018 às 05h30.
Última atualização em 27 de agosto de 2018 às 10h50.
São Paulo - A volatilidade do dólar vem pegando viajantes de surpresa e colocando em risco o planejamento de viagens internacionais.
Para dar uma folga no orçamento de quem já tem viagem marcada, mas se surpreendeu com a moeda americana na casa dos 4,50 reais, a Europa Câmbio começou a oferecer a opção de parcelar em até seis vezes a compra de moeda em espécie, como o dólar e euro, no cartão de crédito.
A oferta está disponível nas 25 lojas físicas da corretora distribuídas no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Distrito Federal, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. A facilidade de pagamento também é oferecida no site da instituição financeira, para entregas na grande São Paulo. Até novembro, mais de 220 correspondentes cambiais da B&T Corretora, ligada à Europa Câmbio, também vão oferecer o serviço.
A comodidade e o alívio, porém, têm um custo. Caso o viajante pague a compra à vista no cartão de crédito, a taxa cobrada será de 3,5%. Caso resolva dividir a aquisição em mais vezes, os juros vão aumentando até chegar a 6,5%, caso a compra seja paga em seis vezes.
Por exemplo, alguém que compre mil dólares, pagando uma cotação de 4 reais por dólar (já incluindo impostos e taxas, como IOF), pagará 4 mil reais na transação. Caso parcele a compra em três vezes, pagará 5% de juros sobre o valor total da compra, o que dá 200 reais a mais. No total, irá pagar 4,2 mil reais, ou três parcelas de 1,4 mil reais.
A corretora argumenta que o parcelamento em até quatro vezes é uma opção mais barata do que comprar em uma única vez com o cartão de crédito ou pré-pago no exterior. Isso porque o IOF (Imposto sobre Operação Financeira) é de 1,1% na compra de dinheiro em espécie e sobe para 6,38% nas despesas com cartão de crédito ou pré-pago no exterior.
Logo, no parcelamento em até quatro vezes, o viajante paga, no máximo, 5% de juros do parcelamento mais o 1,1% de IOF da compra de moeda em espécie. Mas vale ressaltar que levar dinheiro em espécie para uma viagem é mais arriscado, já que, em caso de perda ou roubo, não há como reaver os valores que foram levados. No caso do cartão, pré-pago, por exemplo, é possível bloquear o plástico a qualquer momento e garantir que o dinheiro ficará seguro.
O Banco Central limita a 10 mil reais por dia, por pessoa, a compra de moeda em espécie. Esse também é o limite de compra no cartão de crédito oferecida pela corretora. Outra regra determinada pelo BC é de que toda transação com moedas em espécie deve ser liquidada no mesmo dia, ou seja, a transferência de valores entre a parte compradora e vendedora deve ser realizada e finalizada no ato da compra.
Por isso, para atender à regra do BC, a Europa Câmbio firmou contrato com a empresa de meios de pagamento Cielo, que será responsável por assumir o pagamento à vista das compras parceladas e, então, receber o dinheiro das prestações dos clientes. É como se a Cielo estivesse emprestando dinheiro aos compradores das moedas. Portanto, as taxas cobradas na operação são definidas pela empresa de meios de pagamento.
A Europa Câmbio recolhe apenas o imposto de 1,1% da operação de compra de moeda em espécie, mas tem a possibilidade de ganhar mais clientes e vender um volume maior de recursos ao oferecer mais uma opção de pagamento. Uma pessoa que teria dinheiro para comprar apenas 500 dólares à vista, por exemplo, pode querer comprar 1.200 dólares parcelados.
Até agora, algumas corretoras ofereciam apenas a possibilidade de pagar a compra de moeda estrangeira em espécie no cartão de crédito à vista, ou seja, em uma única parcela. Dessa forma, era possível adiar o pagamento da compra em até 40 dias, dependendo da data de fechamento da fatura.
Nessa operação, a Cotação diz cobrar de 1% a 2% de taxa para cobrir os custos adicionais da operação. Ou seja, com o IOF de 1,1%. a taxa total cobrada na compra pode ser de mais de 3%. Na DG Câmbio, a taxa para cobrir custos com o cartão é de 4%, fora o IOF de 1,1%.
O objetivo da Europa Câmbio é permitir que o cliente possa fazer a compra da moeda nos momentos de baixa da cotação. "Pouca gente consegue ter dinheiro em conta para aproveitar esses momentos. Por conta disso, acaba comprando menos do que gostaria e, na hora de viajar, precisa recorrer ao cartão de crédito ou cartão de viagem internacional, que cobram taxas altas".
Na compra parcelada de moeda em espécie na corretora a cotação é definida na hora da compra. Ou seja, evita-se a surpresa que o viajante teria caso pagasse com o cartão de crédito no exterior, já que a cotação utilizada nesse caso é a da data da fatura, apesar de bancos como o Itaú já oferecem algumas alternativas.
Se a compra for feita nos dias seguintes ao fechamento da fatura, o turista ganha mais um fôlego até o vencimento da próxima.
É necessário, contudo, lembrar que qualquer compra parcelada no cartão de crédito deve ser paga rigorosamente em dia. Caso o viajante não pague o valor mínimo da fatura, cairá no crédito rotativo, uma das linhas mais caras do mercado.