Minhas Finanças

Corretora com robôs Warren começa a oferecer produtos de terceiros

Plataforma também lançou a categoria black para clientes com mais de 100 mil reais investidos

Os sócios da Warren Tito Gusmão, André Gusmão, Marcelo Maisonnave e Rodrigo Grundig (da esquerda para a direita) (Warren/Divulgação)

Os sócios da Warren Tito Gusmão, André Gusmão, Marcelo Maisonnave e Rodrigo Grundig (da esquerda para a direita) (Warren/Divulgação)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 22 de abril de 2019 às 11h29.

Última atualização em 22 de abril de 2019 às 18h48.

São Paulo — Após receber um aporte de 25 milhões de reais no início do mês, a Warren, corretora de investimentos que usa robôs para aplicar seu dinheiro, começou a oferecer produtos de terceiros em sua plataforma. A medida estava nos planos da Warren desde 2017, quando a startup comprou a corretora gaúcha Pilla.

A proposta da Warren é ajudar você a investir da maneira mais simples e transparente possível. Através de um app interativo, você “conversa com o robô”, que vai definir seu perfil de risco e montar uma cesta de produtos de investimento que mais se encaixam com seu objetivo. Antes, o robô da Warren oferecia apenas fundos próprios da startup como opção de investimento. Agora, vai oferecer 250 produtos das principais gestoras do país.

Você pode selecionar na sua cesta de produtos o percentual do montante que quer investir para cada aplicação, aumentando ou reduzindo o risco. Dentro da ferramenta, como acontece hoje com os fundos próprios, o investidor vai também conseguir visualizar o rendimento esperado. A carteira é administrada automaticamente. O robô Warren vai avaliar os investimentos e fazer realocações em busca de maior rentabilidade, dentro do seu perfil.

A Warren vai devolver 100% das comissões que recebe por vender produtos de terceiros — conhecidas como “rebate” no mercado. Assim, a startup evita o conflito de interesse: não vai vender um produto só porque ganhará uma comissão por isso. O dinheiro do “rebate” vai cair direto na sua conta na corretora.

A remuneração da Warren é feita apenas por você, através de uma taxa anual de 0,5% sobre o valor investido. O percentual inclui todo o custo dos investimentos e a remuneração dos robôs — você não vai pagar nada além disso. A corretora também acabou de lançar a categoria black, para clientes que têm mais de 100 mil reais investidos através de sua plataforma. Nesse caso, a taxa anual dos clientes black cai para 0,4% ao ano.

Quem indicar um cliente black para a Warren também poderá se tornar black e pagar uma taxa menor, independentemente do dinheiro que tiver investido nos robôs. Os clientes black têm assessoria de investimentos personalizada. Mais de duas mil pessoas que investem pelos robôs da Warren já estão na categoria black, segundo a startup.

Com os novos recursos, a Warren mira aumentar significativamente sua base de clientes, que já soma 50 mil pessoas em apenas dois anos. A meta é multiplicar o número de contas por oito e atingir um patrimônio sob gestão de 5 bilhões de reais. EXAME apurou que a startup deve lançar no futuro uma categoria ultra, para clientes com mais de 500 mil reais investidos através da plataforma.

“A Warren nasceu com o propósito de democratizar o acesso aos bons investimentos”, diz Tito Gusmão, CEO da plataforma. “Com as novas features, vamos oferecer possibilidades que só os super-ricos tinham acesso, como poder investir em grandes fundos e devolução de comissões.”

Warren

Aplicativo da Warren (Warren/Divulgação)

Outras novidades

Junto com os produtos de terceiros e o retorno dos “rebates”, a Warren também lançou um novo fundo multimercado próprio, chamado de Omaha. Com a expectativa de rendimento entre 150% e 170% do CDI, o novo fundo é uma opção intermediária para quem busca ganhar mais que na renda fixa, mas não quer o risco do mercado de ações. A liquidez do fundo, porém, é D+17 — ou seja, você só poderá sacar o seu dinheiro 17 dias depois de ter solicitado.

No início do mês, a Warren já havia revelado a EXAME que também testa a frente B2B, de empresa para empresa. Ela oferece plataformas com a metodologia Warren para 30 corretores colocarem suas próprias marcas e oferecerem aos clientes. Os corretores não ganham comissões com a venda de produtos específicos, mas pagam menos que os consumidores finais da Warren em taxa de administração anual. Com isso, podem embutir o preço de seus serviços. O valor fica similar ao cobrado diretamente pela fintech para você.

Quando vale a pena?

Só você pode dizer se vale a pena investir através de um robô ou não. As duas vantagens claras são a comodidade de ter um terceiro tomando conta das decisões de investimento por você e a tranquilidade de fazer aplicações através de uma plataforma isenta, que não ganha comissões para te oferecer certos produtos. A desvantagem é a limitação de produtos disponíveis. Existe um universo imenso de opções no mercado e nem sempre as mais indicadas a você estarão disponíveis no cardápio do robô pelo qual você investe.

Em geral, investir por meio de um robô só vale a pena se o retorno foi maior do que o rendimento do CDI, taxa referência para os investimentos de renda fixa, muito próxima da taxa básica de juros, a Selic. Caso contrário, vale muito mais a pena você mesmo pegar o seu dinheiro e comprar um Tesouro Selic ou um CDB que paga pelo menos 100% do CDI — em bancos médios, é possível encontrar opções que pagam bem mais que isso.

Por isso, não cometa o erro de colocar seu dinheiro nas mãos do robô e se esquecer dele. Assim, você vai ficar tão refém do robô quanto ficaria do gerente do banco. É preciso acompanhar suas aplicações, mesmo que elas estejam automatizadas.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasCorretorasFundos de investimentoInvestimentos-pessoaisInvistaRobôsStartups

Mais de Minhas Finanças

Mutirão de negociação: consumidores endividados têm até dia 30 para renegociar dívidas

Black Fralda dará descontos de até 70% em produtos infantis e sorteio de R$ 500 em fraldas

Loteria dos EUA busca apostador que ganhou R$ 17 milhões e não buscou prêmio

Receita Federal atualiza declaração de bens para viajante; veja o que muda