Minhas Finanças

Correios cria plataforma que facilita compras nos Estados Unidos

Quem se cadastra no site Compra Fora ganha acesso a endereços de entrega nos Estados Unidos, que permitem que o produto seja importado para o Brasil

Mulher com compras: serviço permite concluir compras de produtos que e-commerces americanos não entregam no Brasil (AndreyPopov/Thinkstock)

Mulher com compras: serviço permite concluir compras de produtos que e-commerces americanos não entregam no Brasil (AndreyPopov/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 16h56.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2019 às 11h49.

São Paulo - Você costuma fazer compras em sites americanos, mas algumas vezes o produto que você quer adquirir não é importado para o Brasil? Você não precisa mais depender de viagens dos amigos ou participantes de comunidades como Grabr para conseguir importá-lo.

A partir desta semana os Correios, em parceria com a Visa, passaram a receber o produto nos Estados Unidos e entregá-lo a consumidores no Brasil por meio de uma plataforma online, a Compra Fora. Quem se cadastra no site ganha automaticamente acesso aos endereços nos Estados Unidos para os quais poderá mandar a sua encomenda.

A compra é feita normalmente no e-commerce americano, com a diferença de que o endereço do parceiro dos Correios deverá ser fornecido no cadastro. Ao finalizar a compra, o cliente pagará o valor do produto mais o frete até o parceiro logístico. Assim que o produto chega ao armazém, o usuário recebe uma notificação da plataforma. A partir daí pode selecionar os serviços que deseja contratar e tipo de frete. Depois, basta realizar o pagamento das três taxas incluídas no processo de importação do produto com um cartão de crédito de qualquer bandeira.

As três taxas cobradas são: uma taxa postal fixa de 15 reais, uma taxa de manuseio da encomenda, que varia conforme tipo de serviços selecionados, e o frete internacional, também variável conforme a rapidez de entrega desejada. "Nossos preços são competitivos porque temos escala. Operadores privados podem pagar uma taxa postal quatro vezes maior", diz Marília Gabriela Luz, analista de importação dos Correios.

É bom deixar claro: enquanto o pedido para que amigos e desconhecidos recebam a encomenda em um hotel americano pode evitar o pagamento de impostos sobre o produto, que equivale a 60% do preço da compra, na plataforma dos Correios o consumidor deverá, necessariamente, incluir esse gasto adicional na compra.

Ainda assim, a compra lá fora pode valer a pena, especialmente no caso de compra de produtos com alto valor agregado.

Segundo simulação feitas pelos Correios, um Iphone X de 268gb desbloqueado está custando em torno de 6.704,94 reais no Brasil. Cotando o valor aproximado dos EUA, 999 dólares, com o endereço de residência em São Paulo, o consumidor pagaria, no total, 5.966 reais utilizando o serviço, já com taxas e valor de impostos incluídos.

Já um carrinho de bebê Quinny Zapp Flex Plus - Black on Black #1, que custa entre 2.564,05 e 2.699 reais no Brasil, pode ser importado por 1.355,44 reais, com base no valor do produto na Amazon.

No site é possível estimar quais serão os custos dos serviços e impostos com a Calculadora de Envio. Dessa forma, o comprador poderá avaliar se vale a pena comprar o produto lá fora ou no Brasil, pois saberá quanto irá gastar.

A plataforma possibilita o acompanhamento do status das compras e juntar de pacotes de diferentes lojas para economizar no envio. Nesse caso, o usuário pode pedir para o parceiro dos Correios armazená-la nos EUA por mais alguns dias para aguardar o recebimento de outras encomendas e formar um único pacote. Como a taxa postal que recai sobre os produtos é uma só, e os produtos podem ser colocados em uma embalagem menor, a economia de custos da importação pode chegar a 50%, de acordo com os Correios.

Por enquanto, os Correios têm um único parceiro logístico na plataforma, localizado em Miami. Caso o e-commerce escolhido para compra do produto não realizar entregas na cidade, o frete do produto nos Estados Unidos pode ser maior. A ideia, segundo Marília, dos Correios, é cadastrar mais parceiros com o tempo. Dessa forma, o usuário poderá escolher o endereço no qual é cobrado um frete menor.

 

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