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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A central petroquímica gaúcha Copesul vai lançar no dia 13 de janeiro um fundo de direitos creditórios (FIDC) com base em recebíveis futuros. A empresa pretende captar 125 milhões de reais por 30 meses, pagando 112% dos juros cobrados nos negócios fechados entre bancos, conhecidos como Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI).
A Copesul vai captar esses recursos por dois motivos. O primeiro é conseguir recursos mais baratos para financiar operações de venda a prazo para os clientes e receber os pagamentos a vista, conhecidas como operações de vendor. O segundo motivo da captação é abrir mais uma alternativa de financiamento. Como muitas outras empresas brasileiras, a Copesul teve problemas com a redução da oferta de crédito em 2002 e agora quer aproveitar a disponibilidade de dinheiro no mercado para diversificar seu acesso a recursos.
O fundo, também conhecido como fundo de recebíveis, pagará aos investidores uma remuneração equivalente a 106,5% do CDI, que era de 16,32% ao ano nesta quinta-feira. Ou seja, o fundo pagaria 17,38% ao ano. Esse percentual muda todos os dias, de acordo com a variação dos juros no mercado bancário, e a expectativa é de baixa por causa da esperada queda dos juros ao longo do ano.
A forma de pagamento para os investidores será diferente da dos fundos tradicionais. Quem comprar as cotas não vai receber nada por oito meses e passar a receber parcelas mensais durante 22 meses, até receber todo o valor investido de volta, acrescido dos juros. O fundo está sendo estruturado pelo Banco Votorantim, será distribuído pela Votorantim Asset Management. Ele terá classificação de risco AA-(bra) da empresa Fitch Atlantic Ratings e assessoria jurídica do escritório paulista Mattos Filho. O investimento mínimo será de 25 000 reais - e o fundo será destinado a investidores institucionais e qualificados, além de clientes de private banks.
Os fundos de recebíveis futuros são um lançamento recente. Na terça-feira (6/1), a empresa de televisão por assinatura TVA (que pertence ao grupo Abril, que edita a revista e o Portal EXAME) registrou na Comissão de Valores Mobiliários um fundo de recebíveis lastreado nas contas a receber de 170 mil assinantes no Estado de São Paulo. O fundo, destinado a investidores institucionais, pretende captar 120 milhões de reais por 18 meses, pagando 115% dos CDI. O fundo foi estruturado pela empresa de consultoria financeira Integral Trust.