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Contratos de empréstimos com bancos têm prazo cada vez mais longos

Critérios continuam rigorosos para evitar aumento da inadimplência

Esticada no prazo: mais tempo para pagar casa própria e automóveis (.)

Esticada no prazo: mais tempo para pagar casa própria e automóveis (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Os consumidores estão tomando empréstimos com prazos de pagamento cada vez mais longos. Em dez anos, o prazo médio do crédito pessoal aumentou cerca de três vezes. Em junho de 2000, o prazo médio para esse tipo de crédito era de 179,92 dias corridos (média de seis meses) e, no mesmo mês deste ano, ficou em 574,48 dias corridos (média de um ano e meio), recorde da série, segundo dados do Banco Central (BC).

O financiamento habitacional não fica atrás. Em junho deste ano, o prazo médio ficou em 3.858,26 dias corridos (quase 11 anos), recorde da série iniciada em junho de 2000, quando foram registrados 2.058,83 dias corridos (quase seis anos). Nessa comparação, o crescimento foi de 87,4%.

No caso do financiamento de carros, que iniciou a série com 457,24 dias corridos (um ano e três meses), o prazo chegou a 548,44 dias corridos (um ano e meio) em junho deste ano. Segundo o conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira, o crescimento do prazo para a compra de veículos não é tão expressivo porque são bens com prazo de vida útil reduzido. De qualquer forma, ele afirma que a tendência é de aumento dos prazos em todos os tipos de financiamento. "O país vive um bom momento econômico, com geração de emprego e renda. Assim, os bancos estão mais confortáveis para emprestar, com baixo risco de inadimplência", avalia.

Oliveira destacou que os bancos são criteriosos na análise de risco na hora de ofertar o crédito. Por isso, segundo ele, o risco de alta descontrolada da inadimplência é pouco provável. Ele destaca ainda que o crédito é importante para girar a atividade econômica, pois, no seu entender, isso contribuiu para que muitos consumidores subissem de classe social ao comprar bens, como eletrodomésticos.

A economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco lembra, entretanto, que os consumidores precisam tomar cuidado com o acúmulo de prestações. Para ela, é uma característica do brasileiro pegar empréstimos e observar somente se a prestação "cabe no bolso". "Pode chegar uma hora em que haverá estrangulamento do orçamento da família", alerta.

Edição: Lana Cristina

 

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