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Conta de luz terá bandeira vermelha em abril, diz Aneel

A bandeira vermelha acionada, no primeiro patamar, gera uma cobrança adicional de 3 reais a cada 100 kilowatts-hora consumidos

Conta de luz: especialistas já viam forte chance de bandeira vermelha em abril e em parte do segundo semestre do ano (Divulgação/Divulgação)

Conta de luz: especialistas já viam forte chance de bandeira vermelha em abril e em parte do segundo semestre do ano (Divulgação/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 31 de março de 2017 às 16h40.

Última atualização em 31 de março de 2017 às 18h00.

São Paulo - A bandeira tarifária vermelha voltará às contas de luz em abril, após 13 meses sem o mecanismo que eleva os custos da energia com o objetivo de sinalizar aos consumidores a menor oferta no sistema elétrico, informou nesta sexta-feira a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A bandeira vermelha em primeiro patamar, que não era acionada desde fevereiro de 2016, gera cobrança adicional de 3 reais a cada 100 kilowatts-hora, o que representa impacto de cerca de 20 por cento nas tarifas, segundo o especialista do Instituto Ilumina, Roberto Pereira D'Araújo, que vê o mecanismo como um "disfarce" para a elevação nos custos.

A mudança no patamar da bandeira, que em março foi amarela, é reflexo de chuvas abaixo da média histórica entre novembro e março, período chuvoso do Brasil, e de previsões pessimistas para as precipitações em abril.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou nesta sexta-feira expectativa de que as chuvas em abril atinjam apenas 68 por cento da média histórica na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentra a maior parte dos reservatórios.

Com as chuvas ruins, as usinas hídricas não têm conseguido recuperar o nível de armazenamento em seus lagos, o que reduz de maneira conjuntural a oferta de energia e leva ao uso de termelétricas, mais caras, para atender à demanda.

A Reuters publicou na sexta-feira passada que especialistas já viam forte chance de bandeira vermelha em abril e em parte do segundo semestre do ano, devido às chuvas fracas entre novembro e março.

Com a hidrologia desfavorável, deverá haver menor geração nas hidrelétricas em 2017, o que deverá gerar também fortes impactos financeiros no mercado de eletricidade como um todo, incluindo menor receita para hidrelétricas e maiores custos para consumidores.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) estimou na véspera que a menor geração hídrica deverá gerar um impacto financeiro de 20,9 bilhões de reais no mercado de energia, devido à necessidade de compra de energia mais cara de outras fontes.

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