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Consignado privado: Analistas apontam bancos mais ativos – e com as melhores taxas

Mapeamentos mostram Agibank e Caixa mais ativos nas propostas e bancões privados ainda fora do jogo da nova modalidade de empréstimo CLT

Consignado CLT: Mais de 6 milhões de propostas enviadas em 72 horas (Renato P Castilho/Getty Images)

Consignado CLT: Mais de 6 milhões de propostas enviadas em 72 horas (Renato P Castilho/Getty Images)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 25 de março de 2025 às 14h37.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 16h34.

Lançado na sexta-feira, o empréstimo consignado privado tem atraído grande interesse dos brasileiros, com mais de 40 milhões de simulações e 6 milhões de propostas enviadas pelos bancos em apenas quatro dias.

Com pouco tempo na rua, ainda não é possível ter dados exatos sobre o apetite e a média das taxas praticadas por cada banco.

Mas os analistas de sellside que cobrem instituições financeiras foram a campo coletar amostras para testar como têm sido as ofertas.

E apontam que o Agibank e a Caixa são os bancos mais ativos no envio de propostas, enquanto bancões privados como Bradesco, Itaú e Santander ainda não embarcaram – ao menos num primeiro momento.

Relatório publicado pelo Safra mostra que as taxas médias oferecidas pela Caixa têm girado entre 2% e 3% ao mês, enquanto no Agibank estão entre 4% e 5%.

“Na nossa visão, a Caixa parece ser o banco oferecendo as taxas mais atrativas e os vencimentos mais longos (até 48 meses) na plataforma”, apontam os analistas.

Na amostra verificada, o Banco do Brasil foi o único incumbente que fez algumas propostas – numa quantidade muito menor do que de financeiras digitais menores, como Mercantil e Facta – com taxas de 4% a 5%.

Os ‘neobanks’ também estão fora do jogo, por enquanto. Na pesquisa, o banco encontrou apenas algumas poucas propostas do Inter, com taxas de 2,5% a 3,5%, e nenhuma do Nubank.

O Safra coletou os dados com base em depoimentos em redes sociais, no Reclame Aqui e experiências pessoais – deixando claro que não se trata de uma amostra com força estatística, apenas um ‘cheiro’ da abordagem dos bancos em relação ao novo instrumento nos primeiros dias.

Em um mapeamento semelhante, utilizando algumas simulações feitas pelos seus próprios analistas, o JP Morgan identificou um apetite maior do Agibank nas propostas, na frente da Caixa. Na pequena amostra, não houve propostas dos bancos incumbentes nem do Inter e do Nubank.

As taxas variaram entre 2,99% e 4,99% ao mês, dependendo do perfil e do tempo de casa de cada um dos funcionários – curiosamente tanto o piso quanto o teto desses juros vieram do Agibank.

Dificuldades na simulação do consignado CLT

De acordo com o Dataprev, apesar do grande volume de consultas, houve poucas concessões efetivas de crédito, mostrando que a conversão ainda não está muito alta.

“Isso pode ser explicado por muitas razões, como as complexidades operacionais que estão sendo enfrentadas pelos bancos e o Dataprev para lidar com o número de simulações recebidas ou a percepção das pessoas que os termos propostos não são assim tão atrativas”, ponderou o Safra.

O JP Morgan também apontou algumas fricções no uso do aplicativo como uma das razões.

Segundo eles, o retorno para as simulações demorou pelo menos 12 horas – um tempo não muito longo dadas as complexidades, mas não se trata de algo instantâneo, o que pode acabar perdendo algumas conversões no meio do caminho.

A utilização do aplicativo do CTPS (da carteira de trabalho) também não foi muito simples, apontaram os analistas do banco, principalmente o login na plataforma, que exige um o download também do app Gov.br.

“De maneira geral, observamos fricções em todas as etapas do processo e não esperamos que o consignado ganhem momentum nessa primeira fase até 25 de abril”, diz o JP Morgan. A partir desta data, os usuários vão poder fazer simulações dentro dos aplicativos dos próprios bancos.

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