Fundos de renda fixa: o ideal é que o investidor sempre verifique a taxa cobrada no fundo e procure opções mais baratas e também mais rentáveis (Mario Tama/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 27 de setembro de 2019 às 10h51.
Última atualização em 27 de setembro de 2019 às 12h29.
Os bancos ajustaram as taxas de administração de seus fundos de renda fixa, diante da queda da taxa de juros para 5,5% ao ano. Segundo levantamento feito pela Economatica, oito carteiras promoveram mudanças neste ano, sendo sete neste mês. Sem esse ajuste, algumas carteiras acabariam não rendendo nada ou quase para o cliente, caso de alguns fundos que tinham taxas de 4% a 5,5% ao ano. O Santander foi o que teve mais fundos com cortes de taxas, com reduções de até 2,8 pontos percentuais. Agora, as carteiras cobram 2,7%, uma taxa ainda alta para o nível de juros, mas que é justificado pelo banco pelo fato de os fundos terem aplicação e resgate automático.
Na tabela, é possível ver o impacto que a taxa de administração tem sobre o desempenho do fundo. Alguns fundos renderam o equivalente a apenas 9,4% do CDI em um ano. O percentual é menor nos prazos mais curtos, pois é justamente quando os juros caem e o impacto da taxa fica mais aparente. Esse mesmo fundo rendeu o equivalente a 37% do CDI em cinco anos. Quando os juros são altos, a taxa de administração tem efeito menor pois representa um percentual menor do ganho total obtido pelo fundo. E esse ganho do fundo não tem ainda o desconto do imposto de renda, que pode chegar a 22,5% do rendimento.
O corte mais recente foi do Bradesco Vênus, de 3,5% ao ano para 2,5%. É possível que outros bancos cortem as taxas de seus fundos, que em alguns casos ainda estão muito altas para o atual nível de juros, em alguns casos proporcionando ganho ao banco superior ao pago ao clientes.
O ideal é que o investidor sempre verifique a taxa cobrada no fundo e procure opções mais baratas e também mais rentáveis, de acordo com o perfil dos recursos, o prazo que o dinheiro pode ficar aplicado e o nível de risco que o fundo pode ter. É o caso dos fundos de crédito, por exemplo, que podem ter perdas se alguma empresa emissora entrar em dificuldades. Há ainda fundos de inflação de longo prazo, que podem ter oscilações e perdas temporárias com a alta dos juros, e por isso não são recomendados para aplicações de curto prazo.
Nome | Gestora | Patrimônio | Cotistas | Tx. Adm. | Nova taxa | Redução | Mudança | % CDI 1 ano | % CDI 2 anos | 3 anos | 4 anos | 5 anos |
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Bradesco RF Venus | Bram | 111.028 | 6.949 | 3,50 | 2,50 | -1,00 | 23/09/2019 | 47,43 | 46,33 | 57,51 | 61,93 | 61,95 |
Santander Inteligente CP | Santander | 117.535 | 17.275 | 5,50 | 2,70 | -2,80 | 19/09/2019 | 9,4 | 11,92 | 27,91 | 36,06 | 37,74 |
SantanderClassic DI | Santander | 396.256 | 54.729 | 5,00 | 2,70 | -2,30 | 19/09/2019 | 17,46 | 19,59 | 34,38 | 41,66 | 43,25 |
Santander Empresas CP | Santander | 248.807 | 12.734 | 5,00 | 2,70 | -2,30 | 19/09/2019 | 17,7 | 19,83 | 34,2 | 41,49 | 42,88 |
Santander Extra DI | Santander | 55.368 | 17.520 | 4,20 | 2,70 | -1,50 | 19/09/2019 | 28,04 | 29,76 | 42,65 | 48,86 | 50,24 |
Santander Top RF | Santander | 54.326 | 13.777 | 4,00 | 2,70 | -1,30 | 19/09/2019 | 33,06 | 35,14 | 47,14 | 52,74 | 53,73 |
Santander Supremo DI | Santander | 745.547 | 10.142 | 3,20 | 2,70 | -0,50 | 19/09/2019 | 49,01 | 49,79 | 59,65 | 63,85 | 64,92 |
Safra Pratico CP Aplic Auto | Safra Asset | 114.144 | 6.872 | 4,80 | 3,50 | -1,30 | 12/08/2019 | 21,93 | 22,91 | 36,29 | 43,1 | 44,39 |
Itau Seleção Multifundos RF | Itau | 543.379 | 5.700 | 1,70 | 1,20 | -0,50 | 21/05/2019 | – | – | – | – | – |
Sicredi RF Inflacao LP | Sicredi | 482.346 | 6.645 | 0,60 | 0,50 | -0,10 | 28/02/2019 | 474,24 | 242,68 | 200,57 | 197,83 | 155,63 |
Fonte: Economatica
*Esta matéria foi publicada originalmente no site Arena do Pavini.