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Preços de produtos variam até 487% em mercados do país; veja onde comprar para economizar

Pesquisa da Proteste analisou mais de 92 mil preços em 700 pontos de venda nas cidades de Belém, Goiânia, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo

Pontos de venda: estudo definiu duas cestas de produtos distintas, de acordo com dois perfis de consumo (Paulo Whitaker/Reuters)

Pontos de venda: estudo definiu duas cestas de produtos distintas, de acordo com dois perfis de consumo (Paulo Whitaker/Reuters)

Thaís Cancian
Thaís Cancian

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Publicado em 20 de setembro de 2022 às 14h12.

Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 16h47.

Na hora das compras, a localização do consumidor, o ponto de venda escolhido e as marcas consumidas têm um impacto direto no valor final das contas mensais. É o que mostra o estudo Guia de Preços de Supermercado, realizado pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) nas cidades de Belém, Goiânia, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, e divulgado nesta terça-feira, 20, pelo 16º ano consecutivo.

De acordo com a Proteste, o guia tem como objetivo indicar aos consumidores os supermercados mais baratos de cada região. Ao todo, a Proteste visitou 700 pontos de vendas e analisou mais de 92 mil preços. Para compor o estudo, foram definidas duas cestas de produtos distintas, categorizadas conforme dois perfis de consumo:

  • Cesta 1: composta por 104 produtos com marcas definidas (líderes de venda*) e encontrados nas categorias: mercearia, higiene e limpeza, perecíveis, hortifruti, entre outros.
  • Cesta 2: composta por 104 produtos sem marcas definidas, sendo os mesmos da cesta 1, porém sem carne, frutas, verduras e legumes.

*As marcas líderes consideradas na cesta 1 foram definidas com base nos resultados da pesquisa Líderes de Vendas 2021, realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

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Compras: estabelecimentos X marcas líderes de venda

Segundo o estudo, na cidade do Rio de Janeiro, o consumidor que decidir comprar produtos de marcas líderes de venda poderá economizar até R$ 2.231,40 em um ano se optar por fazer suas compras no Guanabara, no bairro de Piedade, em vez de fazê-las na zona sul, no Leblon. 

Em São Paulo, a economia é ainda mais expressiva, podendo chegar a até R$ 2.265,60, caso o consumidor prefira comprar mercadorias de marcas líderes de venda no Assaí de Cidade Dutra, em vez de realizá-las no Pão de Açúcar de Indianópolis, por exemplo.

Em Salvador, é possível poupar R$ 1.167,12 por ano se o consumidor escolher o Atacadão Atakarejo de Iapi, no lugar do HiperIdeal de Vila Laura, para fazer compras mensais voltadas às marcas líderes de venda.

Já em Porto Alegre, a economia anual chega a R$ 941,52 caso o consumidor opte por comprar produtos de marcas líderes de venda no Atacadão, no bairro Sarandi, em vez do Center Shop, localizado no centro histórico.

Na cidade de Belém, a economia fica em até R$ 1.195,12 se o consumidor escolher fazer compras no Atacadão, que fica no bairro de Agulha, em vez de comprar no Líder, localizado no Batista Campos.

Por fim, em Goiânia, o consumidor que decidir comprar marcas líderes no Assaí, localizado no Parque Amazônia, no lugar do Pro Brazilian, localizado no Setor Aeroporto, consegue economizar até R$ 1.250,52 em um ano.

Compras: estabelecimentos X marcas comuns

No Rio de Janeiro, o consumidor que não seja apegado a marcas líderes de venda e opte pelos itens mais baratos do mercado pode ter uma economia anual de até R$ 3.035,40 caso escolha fazer suas compras no Guanabara da Penha, em vez de fazer no Supermarket do Recreio, por exemplo.

Em São Paulo, a economia é de R$ 2.888,76 se o consumidor preferir realizar suas compras no Assaí, localizado em Jurubatuba, em vez do supermercado Leve Tudo, no Campo Belo.

Na Bahia, é possível poupar R$ 2.279,64 por ano caso o consumidor faça compras no mercado GBarbosa, no bairro de Fazenda Grande do Retiro, em vez de ir ao HiperIdeal, no Stella Maris.

Em Porto Alegre, o valor economizado no ano chega a R$ 1.710,12 se as compras forem realizadas no Atacadão de Sarandi, em vez do Unisuper, localizado em Navegantes.

Em Belém, as compras mensais de marcas comuns podem representar uma economia anual de R$ 1.655,64 quando realizadas no Atacadão, no bairro da Agulha, em vez de serem feitas no Líder, no Batista Campos.

Já em Goiânia, se escolher o Assaí no lugar do Pratiko, o consumidor pode poupar, em um ano de compras, o valor de R$ 1.155,12.

Variação de preço entre produtos

Além das diferenças encontradas entre estabelecimentos, a pesquisa aponta exemplos de grandes variações de preço entre produtos vendidos em uma mesma cidade.

No Rio de Janeiro, por exemplo, a esponja sintética, da cesta econômica considerada no levantamento (cesta 2), apresentou uma variação percentual de 443%. O item, sem levar em consideração a marca, pode chegar a custar 5 vezes o valor do preço mínimo. Já na cesta dos líderes de venda (cesta 1), a lã de aço de marca definida variou 181%.

No caso de São Paulo, o quilo do limão na cesta 1 variou 201%, chegando a custar 3 vezes o menor valor. O preço mínimo encontrado para o item foi de R$ 1,99, e o máximo, de R$ 5,99. Já na cesta 2, pilhas alcalinas tiveram variação de 487%, a maior variação encontrada no estudo.

Na cesta 1 em Salvador, a lã de aço apresentou uma variação de 156%, sendo o preço mínimo de R$ 1,58, e o máximo, de R$ 4,05. Pelo valor do preço máximo, então, seria possível comprar dois pacotes do item pelo preço mínimo - e ainda sobraria troco. A maior variação da cesta 2 encontrada na cidade foi de 327% para o adoçante líquido sucralose.

Em Porto Alegre, o quilo da mandioca na cesta 1 teve variação de 165%, com um preço mínimo de R$ 2,98 e máximo de R$ 7,89, chegando a custar 2,5 vezes o preço do mais barato. Na cesta 2, a variação da polpa de tomate foi de 283%, quase 4 vezes o preço do mais em conta, no caso do consumidor optar pela marca mais barata.

Para Goiânia, foi encontrada uma variação de até 164% no quilo da cebola na cesta 1. O preço mais barato para o item foi de R$ 2,99, e o mais caro, de R$ 7,89. Já na cesta 2, o destaque de maior variação ficou com o desodorizador sanitário (249%).

Em Belém, por fim, o destaque negativo de variações entre produtos foi para a alface crespa, que variou até 120% entre os preços mínimos e máximos na cesta 1. Na cesta 2, a discrepância que chamou atenção foi a do caldo de galinha, que teve variação de 157%.

5 dicas na hora de ir às compras

Conforme o estudo, dependendo da localização, das marcas consumidas e do ponto de venda escolhido, é possível fazer uma economia considerável nas compras de mercado, reduzindo gastos mensais que fazem diferença no orçamento de muitas famílias ao longo de um ano.

A seguir, a Proteste ainda dá dicas do que fazer antes e durante as compras para evitar gastos adicionais:

  1. Faça uma lista e seja fiel ao que se propôs a comprar;
  2. Não vá ao ponto de venda com a intenção de comer no local;
  3. Se possível, não leve crianças - elas costumam estimular a compra de mais itens, como guloseimas e brinquedos;
  4. Não passe muito tempo entre uma compra e outra para não acabar levando produtos desnecessários;
  5. Ir às compras com uma calculadora em mãos também é positivo: você pode somar tudo o que colocar no carrinho com um limite já estabelecido pelo orçamento.

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