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Compra de títulos pelo Tesouro Direto é suspensa nesta manhã

Procedimento acontece quando há alta volatilidade nas taxas de juros pagas pelos títulos públicos à venda


	Tesouro: Quando há alta volatilidade nas taxas de juros pagas pelos títulos públicos, Tesouro Nacional pode suspender negociação temporariamente
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Tesouro: Quando há alta volatilidade nas taxas de juros pagas pelos títulos públicos, Tesouro Nacional pode suspender negociação temporariamente (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 11h28.

São Paulo - A compra de títulos públicos pelo programa Tesouro Direto foi suspensa às 9h25 desta sexta-feira (17). A expectativa do Tesouro Nacional é de que o sistema volte a funcionar por volta das 11h15.

No mês de abril a plataforma de compras online dos títulos públicos já ficou suspensa sete vezes.

O procedimento, previsto nas regras do programa, acontece quando há alta volatilidade nas taxas de juros pagas por cada título público. 

Essa variação frequente das taxas em curto espaço de tempo torna mais difícil precificar os títulos e refletir o preço médio que é cobrado no mercado.

Para evitar prejudicar os investidores, caso os títulos sejam vendidos por um preço acima do valor de mercado, ou causar prejuízos ao próprio Tesouro Nacional, se os títulos forem oferecidos por preços abaixo do mercado, a compra dessas aplicações financeiras é suspensa até as taxas se estabilizarem.

A alta da volatilidade das taxas de juros é causada por conta de mudanças nas expectativas dos investidores sobre os juros futuros e pela variação do câmbio.

A compra de títulos já foi suspensa por sete vezes desde o início do mês. Apenas no mês de março, a compra de títulos pelo Tesouro Direto foi suspensa 17 vezes por conta da volatilidade das taxas. No dia 19 de março, os negócios chegaram a ser suspensos por três vezes. Em fevereiro, foram registradas oito suspensões e atrasos. Em janeiro, apenas duas. 

Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO, diz que o aumento da volatilidade das taxas pagas pelos títulos públicos no último mês é consequência de um ajuste das expectativas dos investidores sobre as taxas de juros.

Nesta semana, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o governo continuará vigilante com relação ao comportamento da inflação no país e sinalizou que os juros podem subir. “Sabemos que o aumento dos juros é necessário para o combate à inflação. Portanto, a expectativa sobre a alta aumentou”, diz Nehme.

Nehme afirma que, em março, a volatilidade atingiu um pico porque o governo não estava dando segurança aos investidores sobre o cenário econômico. “Desde então, o ministro da Fazenda Joaquim Levy vem acalmando o mercado e já admitiu que o país não vai crescer, o que diminui incertezas e permite que o mercado se acalme e aguarde medidas do governo para conter a crise. Mas esses ajustes de expectativas levam algum tempo”.

A oscilação recente do dólar também colabora para esse cenário de volatilidade. As variações da moeda têm ocorrido com mais frequência por causa da indefinição do banco central americano (Fed) sobre a elevação da taxa de juros do país.

Uma eventual alta dos juros nos Estados Unidos valoriza o dólar, pois atrai mais investimentos para o país. Taxas maiores aumentam a remuneração paga para quem aplica dinheiro em títulos do governo americano, entre outras aplicações de renda fixa. 

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