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Como não ser passado para trás ao comprar um carro usado

Tenha paciência para pesquisar, cheque o histórico do veículo e faça uma vistoria no carro

Seja rigoroso com a documentação, a mecânica e o passado do carro para fechar negócio (Jupiterimages/ Thinkstock)

Seja rigoroso com a documentação, a mecânica e o passado do carro para fechar negócio (Jupiterimages/ Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 23 de maio de 2016 às 05h00.

São Paulo - Sabe aquela história de que o barato pode sair caro? Comprar um carro usado ou seminovo pode se encaixar perfeitamente nela. Daí a importância de fazer um negócio seguro e ficar esperto para não ser passado para trás. Veja cinco dicas para não cair em uma cilada ao comprar um carro usado:

1. Pesquise incansavelmente

Carro é o tipo de compra que não pode ser feita por impulso, pois envolve um desembolso alto e ele será seu companheiro por um período longo. A internet é o melhor lugar para começar a pesquisar modelos, como recomenda Mario Mauricio, CEO do Grupo Dekra, que realiza inspeções técnicas de veículos.

A dica é pesquisar em sites especializados, blogs e fóruns referências sobre a performance do carro desejado e os chamados de recall. Também vale dar uma olhada no preço do seguro e conferir se o modelo está saindo de linha, o que costuma baratear o preço do carro usado.

No entanto, o risco de não encontrar o carro nas condições prometidas é maior ao comprar pelos sites em vez de na concessionária, na opinião de Nilton Medeiros, diretor executivo da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).

2. Escolhido o carro, cheque seu passado

Pela placa do carro, dá para checar se o proprietário anterior tinha dívidas com multas, IPVA e licenciamento, em portais do Detran, da Secretaria da Fazenda e da prefeitura da cidade.

Também é essencial checar se o carro foi roubado e está sendo vendido, além de verificar se o registro de quilometragem real é o mesmo que o informado no painel do carro. Se algo estiver fora do prometido, abre-se uma brecha para tentar negociar o valor do carro, como sugere Mauricio.

Há empresas especializadas que checam todo o passado do carro e cobram uma taxa para isso, como o site Checkauto. A grande vantagem desses sites é que o comprador não perde tempo negociando carros com um passado sombrio.

3. Não deixe falhas mecânicas passarem

Também há empresas especializadas em fazer a vistoria do carro, para checar dezenas de itens, desde o visual e a mecânica até a documentação do veículo. Lembre que toda a economia feita para comprar um carro usado em vez de um novo pode ter sido em vão se depois você descobrir que o veículo tem alguma falha mecânica. 

“Se achar defeito na pintura, folga dos pedais, pneu gasto, você pode tentar abater do preço do carro”, orienta Medeiros. Vale também verificar todos os itens de segurança, como a validade do extintor, a chave de rodas, o triângulo e o estepe.

Se não contratar a vistoria, leve um mecânico de confiança para averiguar o estado do carro e dar uma volta pela cidade. O essencial é não tomar essa decisão sem ter a opinião de um especialista.

4. Seja rigoroso com a documentação

As vistorias contratadas também fazem essa tarefa de conferir toda a documentação do carro. Mas se você resolver não contratar uma, Medeiros recomenda verificar se o carro vem com um manual. É lá que dá para conferir se todas as revisões estão em dia. “Vá a um despachante para ajudar com essa parte”, sugere Medeiros.

Também é válido conferir se as inscrições do chassi gravadas no veículo batem com o número do documento e se não foram adulteradas. Essa vistoria é feita gratuitamente em alguns Detrans.

O comprador também pode solicitar um extrato gratuito ao Detran com dados sobre licenciamento, débitos e histórico de acidentes. “Se o proprietário escondeu algo ou mentiu, já é um péssimo sinal”, orienta Medeiros.

5. Comprou o carro? Capriche na burocracia

Depois que você adquiriu o carro, começa o processo de transferir a documentação do nome do vendedor para o do comprador. Para isso, o antigo proprietário deve comunicar a venda ao Departamento Estadual de Trânsito e realizar a transferência em até 30 dias.

Caso o licenciamento não esteja pago ou existam outros débitos pendentes, é preciso quitar tudo para efetuar a transferência.

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