Dúvida: Mande sua pergunta sobre investimentos para EXAME.com (g-stockstudio/Thinkstock)
Anderson Figo
Publicado em 11 de junho de 2017 às 07h00.
Última atualização em 11 de junho de 2017 às 07h00.
Pergunta do leitor: Em 2015, investi R$ 50 mil em LCI, com vencimento de dois anos. O dinheiro caiu na conta corrente e não sei onde reinvesti-lo, visto que as taxas de juros diminuíram e a LCI deixou de ser tão interessante.
Qual investimento vocês me aconselham? Não sou uma pessoa muito conservadora.
Resposta de Regina Prataviera*:
Caro leitor, não tem momento fácil para decisão sobre investimentos e, atualmente, as dificuldades se mostram ainda maiores.
Você tem toda razão sobre a queda da remuneração dos ativos e isto é consequência do forte desaquecimento de nossa economia, o que gerou uma forte retração no mercado de crédito (empréstimos). Você pode perguntar, mas o que isso tem a ver com a remuneração dos títulos?
Explico. Quando fazemos investimentos em títulos privados, LCI / LCA / CDB/ LC e outros, estamos emprestando recursos para uma instituição financeira que emite o título com a promessa de nos devolver o valor investido corrigido por uma taxa de juros determinada, em uma data futura. A partir deste momento, a instituição financeira terá recursos para emprestar a uma empresa ou outra pessoa física.
Quando tem muita demanda por crédito (empréstimos), as instituições financeiras precisam de mais recursos para poderem emprestar, e isso impulsiona as taxas para cima. Mas quando a demanda por crédito (empréstimos) está baixa, a necessidade diminui e, então, as instituições financeiras diminuem as taxas de remuneração para os investidores. Este é efeito da lei de oferta e procura.
Estamos vivenciando uma baixa demanda por crédito e, portanto, as instituições financeiras tem diminuído a remuneração dos títulos oferecidos aos investidores.
Para uma recomendação de investimento assertiva, além da avaliação de todo cenário econômico, são necessárias três informações fundamentais: prazo disponível, objetivo e perfil de investidor.
Mesmo sem essas informações, a recomendação é de muita cautela priorizando ativos com liquidez e baixo risco para grande parte dos investimentos, pois houve uma piora de expectativa significativa para o cenário econômico e político. Ainda assim, para a parcela dos recursos de médio e longo prazos existem boas opções que precisam ser bem avaliadas.
Recomendo buscar apoio com um profissional especializado para auxiliá-lo a com uma recomendação adequada ao seu perfil e objetivos.
*Regina Prataviera é planejadora financeira pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros