Minhas Finanças

Como escolher o título do Tesouro Direto e simular seu retorno

EXAME.com testou o novo simulador do Tesouro Direto que quer ajudar você a investir. Veja como usar a ferramenta

Investimentos: Para escolher o título do Tesouro Direto, tenha em mente seu objetivo ao investir (feedough/Thinkstock)

Investimentos: Para escolher o título do Tesouro Direto, tenha em mente seu objetivo ao investir (feedough/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 26 de setembro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 05h00.

São Paulo - Na última semana, o Tesouro Direto lançou uma ferramenta para aproximar você, pequeno investidor, dos títulos públicos. O novo simulador sugere o título mais indicado para você, de acordo com o seu objetivo, e mostra sua rentabilidade em comparação a outras alternativas de renda fixa, como poupança e CDB.

EXAME.com testou a ferramenta e ouviu planejadores financeiros para orientar você a usar a plataforma. “A ferramenta é super importante para o pequeno investidor, que costuma ter dificuldade para escolher o título e saber quanto rende”, diz a planejadora financeira Flavia Montoro, certificada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar).

O Tesouro Direto é a opção mais segura de investimento do mercado, já que a chance do governo federal quebrar e dar calote é muito baixa. Qualquer um pode investir a partir de 30 reais direto pelo site do Tesouro, basta abrir conta em uma corretora habilitada e escolher o título público que melhor se encaixa no seu objetivo. Veja como escolher a corretora e o passo a passo para investir.

Cada título tem uma data de vencimento, que atualmente varia entre 2020 e 2050, mas é possível vendê-lo antes do prazo para resgatar o dinheiro. Descobrir qual o título mais indicado para o seu perfil é o primeiro passo para investir com sucesso – e esse é o objetivo da nova ferramenta.  A seguir, confira o passo a passo para usá-la a seu favor:

1) Acesse o simulador no site do Tesouro

No simulador do Tesouro Direto, primeiro você escolhe se quer descobrir qual o título mais indicado para o seu perfil de investimento. Se já sabe, pode simular direto quanto investir ou quanto sua aplicação pode render.

2) Escolha um objetivo e um prazo

Você precisa saber o que deseja fazer com o dinheiro investido no futuro: se aposentar, realizar um sonho ou ter uma reserva financeira para usar em emergências, por exemplo. Depois de escolher o objetivo financeiro, você deve saber por quanto tempo quer manter o dinheiro investido.

Para objetivos de curto prazo (menos de três anos) ou se você não quer se comprometer com prazos, a ferramenta indica o Tesouro Selic. Esse título é pós-fixado, ou seja, você pode estimar sua rentabilidade, mas só terá certeza de quanto dinheiro exatamente renderá na data de vencimento ou quando resgatar. Isso porque ele rende uma taxa predefinida no momento da compra do título mais a variação da Selic, a taxa básica de juros.

O valor de mercado desse título tem baixa volatilidade, o que evita perdas de rentabilidade se o investidor quiser vendê-lo antes do vencimento. Por isso, mesmo com a taxa Selic em queda, é o título mais indicado para quem não sabe exatamente quando precisará resgatar seu investimento.

3) Escolha o seu perfil de investidor

Para objetivos de médio prazo (entre três e dez anos) e de longo prazo (acima de dez anos), a ferramenta pede que você escolha seu perfil de investidor.

Se você é do tipo que prefere saber exatamente quanto receberá no vencimento, o simulador indica títulos pré-fixados, que rendem somente uma taxa fixa definida no momento da aplicação.

Se você prefere preservar seu poder de compra, o site recomenda títulos indexados à inflação, que acompanham a variação dos preços da economia no período.

No entanto, vale fazer uma ressalva: os títulos pré-fixados são mais arriscados que os pós-fixados indexados à inflação, porque é necessário descontar a inflação no período para obter seu rendimento real. Assim, esse título não leva em conta o aumento generalizado dos preços e a perda de valor do dinheiro no tempo.

Por isso, ao investir, não importa o rendimento que tenha no final, você não tem garantia que conseguirá comprar o mesmo que antes com essa quantidade de dinheiro. Se a taxa de juros e a inflação subirem muito nesse período, a sua rentabilidade real pode ser negativa.

“Só recomendo investir em títulos prefixados se você apostar que os juros e a inflação vão cair nos próximos anos. Não aconselho aplicar em prefixados para o longo prazo”, orienta Flavia.

4) Escolha como receber os rendimentos

Em títulos de prazos mais longos, prefixados ou indexados à inflação, você pode escolher se quer receber rendimentos a cada seis meses ou somente na data de vencimento. Os títulos que pagam juros semestrais são indicados para quem precisa que o investimento pague uma renda, como na aposentadoria, por exemplo.

Vale lembrar que, no pagamento desses rendimentos semestrais, há desconto de Imposto de Renda (veja o passo a passo sobre como calcular o imposto a ser pago). Por isso, só compre um título com juros semestrais se você realmente precisa da renda a cada seis meses.

5) Simule o retorno

Depois de escolher o título do Tesouro, é hora de simular o retorno. Informe quanto você quer investir hoje e o simulador calcula quanto você resgatará na data de vencimento do título. Você também pode informar quanto quer resgatar no futuro e o site informa quanto você deve aplicar, em uma aplicação única ou em aportes mensais.

A ferramenta mostra quanto você terá a cada ano durante o período do investimento e a taxa de retorno líquida, após o desconto do Imposto de Renda. O site permite comparar o retorno com outras aplicações populares na renda fixa, como poupança, fundos conservadores, CDBs, LCIs e LCAs.

Para projetar os valores, a simulação considera projeções de mercado, como o Boletim Focus do Banco Central. No entanto, ao clicar em “ver e/ou alterar parâmetros”, o próprio investidor pode personalizá-los e refazer os cálculos, de acordo com as taxas que receber do banco ou da corretora.

“Embora a ferramenta deixe isso claro, é importante que o investidor tenha consciência que o retorno simulado de títulos indexados à Selic ou à inflação é apenas uma estimativa. Esse não é um problema do simulador, é apenas uma características dos títulos”, explica o consultor financeiro André Massaro.

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