Minhas Finanças

Como comprar moedas como o rand sul-africano ou o iuane chinês

Vale a pena comprar essas e outras moedas exóticas no Brasil e evitar ter de fazer o câmbio duplo

Iuane em agência de câmbio chinesa: moeda também pode ser trocada no Brasil (.)

Iuane em agência de câmbio chinesa: moeda também pode ser trocada no Brasil (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h48.

São Paulo - Enquanto o turismo internacional encolheu em 2009 com a crise, o ingresso de estrangeiros na África do Sul cresceu 3,6%, somando 9,9 milhões de pessoas. A previsão é que, na esteira da Copa do Mundo, o setor turístico sul-africano fique ainda mais aquecido. E como contumazes amantes do futebol, os brasileiros não poderiam deixar de marcar presença entre os maiores entusiastas do evento. Segundo pesquisa conduzida pelo Global Market Insite, nossos viajantes internacionais foram os que declararam maior probabilidade de visitar a África do Sul para acompanhar os jogos, com 46% de respostas afirmativas, seguidos pelos chineses (31%) e sul-coreanos (12%). Para os que vão de fato embarcar rumo à Copa, o cuidado com o câmbio é crucial. Isso porque quem chega ao país não consegue trocar reais pela moeda local, o rand.

Notas de pouca circulação internacional, como o rand sul-africano, o iuane chinês e o próprio real têm pouca aceitação nas instituições financeiras mundo afora. O Banco do Brasil, por exemplo, só opera com euro, iene (Japão), libra esterlina (Inglaterra), dólar americano, dólar canadense e dólar australiano. Por causa da dificuldade de encontrar moedas diferentes, a aquisição de dólares ou euros para posterior conversão no país de destino está enraizada na cultura do viajante brasileiro. O problema, alerta Fábio Agostinho, da agência de câmbio Confidence, é o acúmulo de duas taxas nos dois diferentes câmbios. "Quando você troca o dólar no exterior, geralmente perde de 8 a 10% em empresas que exploram o turista. Em aeroportos, esse número sobe para até 12%. Levando a moeda local, você economiza e tem a comodidade de não ter que ir atrás de agências."

Para pagar menos, o interessado em viajar com dinheiro no bolso deve procurar as casas de câmbio para realizar a troca das moedas pouco usuais, tarefa que é facilitada com a proximidade de eventos esportivos de grande porte. Além de promover o turismo nos países sede, eles fomentam a circulação de notas mais exóticas. "Começamos a ter demanda por rands por causa da Copa. A procura pelo iuane cresceu com as Olimpíadas em Pequim, mas ainda continua por causa das viagens de negócios que são feitas para a China", afirma Santina Tartari, operadora de câmbio da Treviso. Em geral, essas duas moedas passaram a ser encontradas com mais facilidade de 2009 para cá, mas somente em empresas de rede, isto é, com estrutura de captação e disponibilização nacional. Agências menores costumam trabalhar apenas com moedas mais populares.

Rodrigo Macedo, diretor administrativo do grupo Fitta, reforça que embora a conversão não seja possível em qualquer agência, é sempre vantajoso fazer a troca no país de origem. Além de incorrer em dois câmbios, quem deixa a tarefa para depois pode arcar com uma taxa de serviço de aproximadamente 10 dólares que é cobrada pelas agências no exterior. "Aqui o viajante paga uma margem de 4% a 5% em relação ao preço comercial do dólar. Ao chegar na África do Sul, será preciso desembolsar no mínimo 5 a 6% para converter o montante em rands. Fazendo isso no Brasil, a porcentagem para a conversão direta será de aproximadamente 8%. Para o iuane, as margens de lucro das agências de câmbio nacionais são inclusive muito próximas às obtidas com o dólar, girando em torno de 6%", afirma. 


Como a oscilação das moedas foge à previsibilidade, o viajante que sair do Brasil com dinheiro do país de destino saberá exatamente quanto tem para gastar. Se deixar para fazer a conversão no exterior, poderá enfrentar uma brusca variação cambial em um curto espaço de tempo, recebendo menos do que o esperado caso ocorra forte desvalorização do dólar, por exemplo. Além disso, quanto mais desconhecido for o local para o viajante, maior será a dificuldade de reconhecer lugares mais baratos ou confiáveis para o câmbio. Cresce, portanto, o risco de levar notas falsas.

Segundo o consultor financeiro Rafael Paschoarelli, moedas que não são livremente transacionadas terão naturalmente um valor de conversão mais alto nas agências de câmbio. "É o preço que se paga por não conhecer como trocariam sua moeda no país de destino. Mas acredito que seja sempre mais prudente fazer o câmbio no Brasil. A África do Sul, por exemplo, estará cheia de estrangeiros e é provável que as casas de câmbio façam a festa e aumentem as taxas por lá", completa.

Esse também tem sido o conselho dado aos clientes da CVC que vão para o exterior. "Mesmo que o turista use cartão para realizar todas as compras, vale levar pelo menos 20% em moeda para as despesas iniciais", reforça Vitor Bauab, responsável pela área de estratégia e novos negócios da empresa. Quem vai para a Copa do Mundo e opta por deixar o Brasil com rands também pode adquirir o Visa Travel Money na moeda local. O VTM, como é conhecido, é um cartão de débito pré-pago e recarregável que permite ao viajante fazer saques e compras. Oferecido somente pela Confidence, o VTM em rands permite que o usuário feche o câmbio no momento da recarga do cartão e não fique sujeito a variações. Vale lembrar que há cobrança de 0,38% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no momento de aquisição da moeda. No cartão de crédito, essa taxa é de 2,38%. 
 


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