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Como a bolsa planeja atrair pessoas físicas ao mercado de opções

BM&FBovespa prepara medidas para aumentar a liquidez de opções e desconcentrar esse mercado, hoje muito dependente de Vale e Petrobras

Expansão dos mercados de opções e ETFs fazem parte da estratégia da Bolsa para atrair investidores pessoa física (.)

Expansão dos mercados de opções e ETFs fazem parte da estratégia da Bolsa para atrair investidores pessoa física (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - O investidor pessoa física terá acesso a mais produtos de renda variável a partir do ano que vem. A BM&FBovespa pretende diversificar o mercado de opções, firmando parcerias com formadores de mercado, cuja função será conferir mais liquidez a opções ainda timidamente negociadas, a começar pelo Ibovespa. Já no mercado de ETFs, que são fundos de índices de ações negociados em bolsa, a intenção é mais que dobrar o número de produtos negociados até o fim de 2011.

Os programas fazem parte da estratégia da BM&FBovespa para popularizar o mercado de capitais e atingir a ambiciosa meta de 5 milhões de CPFs cadastrados em cinco anos. O programa de formador de mercado para opções prevê o aumento nas negociações de opções de Ibovespa, do ETF BOVA11 e das dez ações mais líquidas do índice sem contar PETR4 e VALE5. Isso significa o crescimento das negociações de opções de ações de empresas como OGX, CSN, Usiminas, Bradesco, Itaú-Unibanco e da própria BM&FBovespa.

Essa estratégia é necessária porque o mercado de opções brasileiro é extremamente concentrado na negociação de opções das ações preferenciais de Petrobras e Vale, que respondem por 90% do volume movimentado. Essas duas opções, aliás, são também as mais negociadas do mundo. No Brasil, a opção de Ibovespa é a terceira mais negociada - e deve ser a primeira a ganhar um formador de mercado. O ativo, no entanto, responde por apenas 4% do volume total de opções. Em seguida vem a da OGX, com 2,33% de participação.

O formador de mercado nada mais é que uma instituição financeira que se compromete a garantir a liquidez de um ativo. Assim, quem quiser comprar ou vender determinada opção sempre terá um preço, que não poderá ser muito distante da cotação do último negócio. Isso impede que o investidor perca boa parte ou até mesmo todo o lucro de uma operação por falta de uma contraparte. Também estão previstos programas de formador de mercado para outros ativos, como ETFs e ações de menor liquidez.

O programa de formador de mercado da BM&FBovespa prevê, por enquanto, a contratação de até três instituições para cada opção, e as negociações devem começar no início do ano que vem. A abertura de concorrência ainda não tem data certa, mas as conversas para a definição dos critérios de contratação estão na fase final. Os formadores de mercado escolhidos serão, provavelmente, aqueles que oferecerem a menor diferença de preço entre as ofertas de compra e venda ("spread"). As instituições financeiras já estão avisadas e preparam propostas para apresentar à BM&FBovespa.

    <hr>                                   <p class="pagina">Ainda que essa medida só dê frutos no longo prazo, o crescimento da negociação de outras opções deve atrair ainda mais a pessoa física, que já tem bastante gosto por esse mercado. Esse público responde por nada menos que 70% do volume negociado atualmente no mercado de opções. Porém, essas operações se concentram nas opções atreladas aos papéis de Petrobras e Vale. A liquidez das demais opções é gerada principalmente por investidores institucionais, o que limita o número de negócios. <br><br>Mas à medida que os investidores adquirem mais experiência e o mercado se sofistica, a tendência é de crescimento na procura por produtos diferenciados. No caso das opções, é a busca de um diferencial de rentabilidade aliado à proteção da carteira em momentos de incerteza que tanto atraem esses investidores.<br><br><strong>ETFs</strong><br><br>A BM&amp;FBovespa também pretende mais que dobrar o número de ETFs negociados em bolsa até o final do ano que vem, diz o diretor de renda variável da bolsa, Júlio Ziegelmann. Atualmente são negociados sete ETFs e, em breve, começam as negociações do ETF atrelado ao Índice do Setor Financeiro (IFNC), gerido pelo Itaú Unibanco. A previsão é que, até o fim do ano, já existam dez ETFs em negociação. Até o fim de 2011, de acordo com Ziegelmann, já devem ser mais de 14.<br><br>A BM&amp;FBovespa trabalha atualmente na criação de seis novos índices que devem dar origem a novos ETFs. Também serão oferecidos ETFs que sigam índices no exterior, voltados para fundos que possam aplicar recursos em ativos de fora do país. ETFs são cestas de ações que compõem determinado índice, negociados em bolsa como se fossem uma ação. Dos sete ETFs negociados atualmente, seis são geridos pela Black Rock e um, o Papéis Índice Brasil Bovespa (PIBB), pelo Itaú Unibanco.<br><br>A BM&amp;FBovespa também considera os ETFs produtos importantes para atrair investidores pessoa física para o mercado de capitais. "Com valor financeiro relativamente pequeno, a pessoa compra, na realidade, uma carteira de ações", afirma Júlio Ziegelmann.<br><br>Na tentativa de atrair o pequeno investidor para a Bolsa e, com isso, aumentar o número de negociações e os ganhos com emolumentos, a BM&amp;FBovespa reduziu de 100 para 10 cotas o lote mínimo dos ETFs este ano, o que os tornou financeiramente mais acessíveis aos investidores pessoa física. Ainda assim, esse mercado ainda tem muito que se expandir. O volume de negociação de ETFs no Brasil não ultrapassa 1% do total negociado em bolsa, ao passo que na Bolsa de Nova York, por exemplo, esse percentual fica entre 25% e 30%.</p>

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