Escada e flecha: Uma das saídas é mudar para uma cidade com menor custo de vida (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2014 às 06h00.
Dúvida do internauta: Minha mãe está com 72 anos e infelizmente não tem como se manter sozinha. Devido a problemas de saúde, ela tem um gasto mensal de cerca de 6 mil reais. Ela tem uma renda de 2.700 reais mensais, 700 reais que recebe de aposentadoria e 2 mil reais provenientes do aluguel de dois imóveis, avaliados em cerca de 500 mil reais.
Gostaria de saber qual seria a melhor forma de administrar seus bens para que ela tivesse uma renda maior, haja vista que todo mês eu e meu irmão complementamos sua renda com quase 4 mil reais.
Resposta de Fernando Meibak*:
Infelizmente o custo de vida na terceira idade pode ser alto, especialmente por conta dos gastos associados à saúde e cuidados necessários.
Podemos fazer algumas considerações, por exemplo, sobre a renda de aluguéis. Ao calcular quanto 2 mil reais representam sobre um valor estimado de 500 mil reais temos um retorno relativamente baixo, de apenas 0,4% ao mês.
Não consigo avaliar o potencial de valorização do imóvel, mas vejo que os ativos imobiliários no Brasil estão muito valorizados.
Se você vendesse os imóveis por 500 mil reais e investisse o valor na poupança, por exemplo, já seria possível ter uma renda mensal mínima de 2.500 reais (0,5% de rentabilidade, mais a Taxa Referencial).
Há outros instrumentos conservadores, como títulos públicos ou papéis de grandes bancos, que renderiam mais ainda.
Mas, mesmo fazendo esses investimentos há pouca margem para incremento da renda, portanto, você teria que avaliar se há espaço para redução de despesas.
Com o avanço da idade, os gastos com sua mãe tendem a aumentar. Não sei se ela mora em um imóvel próprio, que poderia ser utilizado como gerador de renda (desde que ela tenha outro lugar para morar). Nesse campo, há muitas questões pessoais.
Conheço pessoas que mantêm o pai ou mãe vivendo em suas casas, com todas as complicações eventuais por parte de cônjuges ou deles mesmos.
Conheço pessoas que preferem manter os pais nas casas deles mesmo, dando o suporte financeiro e pessoal quando necessário.
Também conheço pessoas que mantêm o pai ou mãe em casas especializadas em cuidar de pessoas idosas, que têm alto custo (quando de boa qualidade). Ou ainda pessoas que simplesmente colocaram os pais em asilos simples, com todo o drama dessa decisão.
Enfim, avalie as alternativas, dando preferência às mais favoráveis do ponto de visto humano e emocional dos envolvidos e observando o aspecto do financeiro.
Tive um exemplo há algum tempo, que acho interessante comentar. Uma pessoa conhecida minha, casada, com filhos adultos, que teve dificuldades financeiras, tomou uma decisão drástica. Ela decidiu se mudar para um município que tinha uma boa saúde pública, para reduzir os gastos nessa importante área.
Essa pessoa saiu de uma cidade grande, no caso São Paulo, e foi para Barueri (cidade que ela avaliou e escolheu), no interior do Estado de São Paulo. Esse episódio aconteceu há cerca de cinco anos e o resultado foi muito positivo no equacionamento financeiro.
Veja no vídeo a seguir onde obter a maior rentabilidade em um investimento para a aposentadoria:
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* Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.
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