Marcelo Tangioni: ideia é ter segurança e conveniência ao mesmo tempo, diz o CEO da Mastercard Brasil sobre o Click to pay (Mastercard/Divulgação/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 17h33.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2025 às 10h21.
É raro, mas acontece sempre. Todo mundo já esqueceu a senha alguma vez. Tentou tantas vezes o aniversário da mãe, do filho, a data de casamento e não era nenhuma dessas combinações. Tampouco é incomum bloquear o cartão de crédito. A solução é ter que anotar as senhas em alguma agenda. Mas a Mastercard está convencida de que vai acabar com isso até 2030.
A gigante dos cartões de crédito e débito anunciou que pretende eliminar o uso de senhas e os 16 dígitos fixos dos cartões – conhecidos como PAN (Primary Account Number).
A solução para isso é a tokenização, tecnologia que substitui os números do cartão por um código temporário, válido apenas para uma única transação.
Segundo Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard no Brasil, a tokenização já está presente em cerca de 40% das transações no país. A meta é alcançar 100% até 2030, mas esse prazo pode ser antecipado, dado o ritmo acelerado de adoção da tecnologia.
Além da tokenização, a empresa aposta na autenticação biométrica, que substituirá as senhas tradicionais. Essa autenticação pode ocorrer por meio de reconhecimento facial, digital ou outros métodos avançados.
“Senha traz segurança, mas também fragilidades. Cada empresa tem um protocolo diferente, alguns exigem letras maiúsculas, outras caracteres especiais, e no final fica impossível memorizar todas. Isso gera anotações em lugares inseguros e acaba colocando a segurança em risco”, diz Tangioni.
A Mastercard entende que um dos grandes desafios da digitalização dos pagamentos é encontrar o equilíbrio entre segurança e experiência do usuário. Transações digitais cresceram sete vezes mais do que as físicas, mas um excesso de barreiras pode gerar abandono de compras.
“Se exageramos na segurança, criamos atritos no checkout e o consumidor desiste da compra. A ideia é ter segurança e conveniência ao mesmo tempo”, reforça Tangioni.
O Click to Pay, tecnologia que armazena os dados dos cartões de forma criptografada e permite compras com poucos cliques, já é realidade em mais de 50 países e tem mostrado impacto positivo.
No Brasil, empresas como Banco Inter e Simpla adotaram a solução, reduzindo o tempo de checkout e aumentando as taxas de conversão em até 7%.
Hoje, a Mastercard processa mais de 4 bilhões de transações tokenizadas por mês no mundo, número que cresce constantemente.
Para os consumidores, isso significa pagamentos mais rápidos e seguros, sem a necessidade de memorizar ou digitar senhas. Para os comerciantes, a eliminação de atritos no checkout pode representar um aumento significativo nas vendas, defende a companhia de meio de pagamentos.