Minhas Finanças

Fundos continuam batendo a poupança com Selic aos 11%

Permanência da taxa Selic nos 11,00% ao ano mantém superioridade dos fundos DI e fundos de renda fixa sobre a caderneta


	Soco na água: Poupança só bate fundos de renda fixa com taxas superiores a 2,5% ao ano
 (Stock.xchng/Andreas Krappweis)

Soco na água: Poupança só bate fundos de renda fixa com taxas superiores a 2,5% ao ano (Stock.xchng/Andreas Krappweis)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 20h40.

São Paulo - Sem mudanças na taxa Selic, que foi mantida aos 11,00% pelo Copom, os fundos de renda fixa continuam rendendo mais do que a poupança na maioria dos casos.

Com a taxa básica de juros no atual patamar, a caderneta só é mais vantajosa que os fundos mais caros, com taxas de administração superiores a 2,50% ao ano.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a taxa de administração média dos fundos DI para o público de varejo em maio (último dado) foi de 1,13% e para os os fundos de renda fixa, de 1,06% ao ano

Os fundos de renda fixa têm mantido sua vantagem porque enquanto suas rentabilidades aumentaram conforme a Selic foi elevada, o rendimento da poupança só acompanha o aumento da taxa básica de juros até certo ponto. 

De acordo com a nova regra da poupança, a caderneta rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR, taxa próxima a zero) quando a Selic é menor ou igual a 8,50%. Portanto, até esse ponto os aumentos da Selic beneficiam a caderneta. 

Quando a Selic é maior do que 8,50%, no entanto, a poupança passa a render sempre 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR) - assim como a poupança regida pela regra antiga - e deixa de acompanhar a taxa básica.

Como os fundos de renda fixa não têm essa trava, sua rentabilidade se distanciou da poupança.

Ainda assim, quandos os fundos possuem taxas de admnistração altas, mesmo se beneficiando da Selic mais alta eles podem perder da poupança, uma vez que parte dos seus rendimentos é comida pela taxa. 

Além disso, a poupança não sofre incidência de imposto de renda (IR), enquanto os fundos de renda fixa são tributados.

O desconto do imposto sobre os fundos ocorre pela tabela regressiva do IR: quanto menor o prazo de aplicação, maior a alíquota do IR, que varia entre 22,5% a 15%.

É por isso que o investidor deve ficar muito atento às taxas de administração dos fundos e ao prazo do investimento. Se a taxa for alta, ou se o investimento for feito em um prazo de poucos meses, quando o imposto é mais alto, compensa mais investir na poupança.

Além de não sofrer descontos, a poupança também tem a vantagem de ser muito prática. Por isso, se a diferença de rendimento do fundo e da poupança for de poucos reais, não vale a pena ter mais trabalho para investir apenas para conseguir alguns trocados a mais no final do mês

A tabela abaixo traz uma simulação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) com a rentabilidade mensal simulada para fundos de renda fixa com diferentes taxas de administração e diferentes prazos. 

A estimativa da Anefac é de que, no atual cenário da Selic, a rentabilidade da poupança seja de 0,55% ao mês.

Os rendimentos em azul ganham da poupança, e aqueles em vermelho perdem dela. Confira.

Prazo de Resgate 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00%
Até 6 meses 0,65% 0,61% 0,57% 0,54% 0,50% 0,46%
Entre 6 meses e 1 ano 0,67% 0,63% 0,59% 0,56%  0,52% 0,48%
Entre 1 ano e 2 anos 0,69% 0,65% 0,62% 0,58% 0,54% 0,51%
Acima de 2 anos 0,71% 0,67% 0,64% 0,60% 0,56% 0,53%

Veja no vídeo a seguir, do consultor financeiro André Massaro, se o risco da poupança pode variar de um banco para outro:

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