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Com recordes na Bolsa, é hora de investir em ações?

Um recorde atrás do outro no Ibovespa impressiona pequenos investidores. É hora de correr para a Bolsa novamente?

Recordes na Bolsa: Para investir em ações, pense no longo prazo (Tomwang112/Thinkstock)

Recordes na Bolsa: Para investir em ações, pense no longo prazo (Tomwang112/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 5 de outubro de 2017 às 09h25.

São Paulo - Um recorde atrás do outro na Bolsa chacoalha pequenos investidores. É hora de correr mais risco para aproveitar o bom desempenho das ações, enquanto investimentos mais conservadores rendem menos, ou já é tarde demais?

Os primeiros sinais de retomada do crescimento econômico e a queda na taxa básica de juros mudaram a rota dos investimentos. Enquanto o mercado prevê que a taxa Selic caia de 8,25% para 7% ao ano até dezembro, segundo o último Boletim Focus do Banco Central, a Bolsa teve o melhor trimestre em oito anos.

As ações valorizaram 18,1% no terceiro trimestre e o Ibovespa, principal índice de referência, bateu sucessivas marcas históricas, acima dos 76 mil pontos.

As ações valorizam porque, com a queda de juros, as empresas podem ter acesso a crédito mais barato e, assim, podem voltar a investir. Ou seja, ser um acionista tem mais valor. Esse movimento de retomada do crescimento das empresas ainda pode demorar para acontecer, mas os preços das ações já refletem essa expectativa.

No entanto, é melhor que o pequeno investidor controle a empolgação. Só é recomendado investir em ações para quem tem paciência – e estômago – para encarar a volatilidade que pode vir pela frente.

“A lei mais importante para investir na Bolsa é comprar na baixa e vender na alta. O melhor momento para comprar ações já passou”, explica o professor de economia Ricardo Rochman, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas.

Pequenos investidores que querem aproveitar a retomada da Bolsa podem investir até 10% das suas reservas em ações, pensando no longo prazo – no mínimo, cinco anos –, desde que estejam dispostos a enfrentar altas e baixas nesse período.

“Estamos aos poucos saindo da recessão, mas ainda é cedo para comemorar o crescimento do país. As empresas estão cautelosas para voltar a investir e ainda há muita incerteza política”, explica Rochman.

Por isso, se o pequeno investidor quiser investir na Bolsa, deve entender que, apesar dos recordes, o momento ainda é de nervosismo e de grande volatilidade nos preços. “Está mais perigoso do que nunca investir em ações pensando no curto prazo”, alerta Rochman.

Longo prazo

Apesar do momento de nervosismo, no longo prazo, o bom desempenho da Bolsa deve se manter com a retomada do crescimento econômico e os juros em baixa.

“Naturalmente, quem quiser buscar maior rentabilidade vai ter que se expor a mais risco. Se a política econômica for bem conduzida, a tendência de alta da Bolsa deve se manter ”, explica o analista-chefe da Geral Investimentos, Carlos Müller.

É importante lembrar que, mesmo com a queda de juros, investimentos conservadores ainda podem trazer retornos acima da inflação para quem não tem perfil para a Bolsa. “Só pode investir em ações quem já tem uma reserva financeira, está disposto a adquirir conhecimento e consegue controlar sua ansiedade”, orienta Thiago Nigro, do canal do YouTube O Primo Rico.

Para quem quer começar a investir na Bolsa, os fundos de ações são a melhor opção. Ao investir em um fundo, o investidor delega a função de escolher as ações para um gestor profissional. Para isso, paga uma taxa de administração, em torno de 2%, e uma taxa de performance, em torno de 20%. É possível aplicar em um fundo de ação com investimento mínimo inicial de 5 mil reais.

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