Investidores podem dobrar o patrimônio a partir de estratégias simples (Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2010 às 13h01.
São Paulo - A ideia de ver uma aplicação dobrar de tamanho mexe com a cabeça de quem poupa mensalmente para formar um colchão robusto lá na frente. Medida concreta de que os investimentos vão bem, obrigado, a duplicação dessa reserva é o que motiva muita gente a optar por alternativas excessivamente arriscadas. Seja qual for o seu perfil, fique por dentro de cinco estratégias para turbinar a poupança sem entrar em uma furada a partir das sugestões do site americano Investopedia.
1. O jeito clássico
Apontado por muitos como uma das maneiras mais fáceis de dobrar o investimento em um período razoável de tempo, um portfólio de ações com grandes e reconhecidas empresas é a escolha de muita gente para ganhar dinheiro. A despeito da aplicação não dobrar de tamanho em um ano, é quase certo que será possível atingir a façanha em algum momento. A regra do 72 é uma boa medida para calcular em quanto tempo isso deve acontecer. Divida este o número pela rentabilidade anual entregue pelos seus investimentos. O resultado dará o número de anos necessários para ver a bolada dobrar. Assim, com um retorno de 18% ao ano, o patrimônio deve ser duplicado em quatro anos (72 / 18 = 4). Levantamento da corretora TOV mostra que no longo prazo as ações são mesmo a modalidade mais lucrativa do mercado. E a performance das grandes empresas e suas blue chips provam o porquê. Até abril, o Ibovespa, principal índice da bolsa, apresentou um rendimento médio de 31,28% ao ano, considerados para o cálculo os seus 42 anos de existência. É verdade que o rendimento não é linear: foram 26 anos de alta e 16 anos de baixa. Ainda assim, se o horizonte é de longo prazo, as chances de sair da aplicação com um bom lucro não devem ser desprezadas.
2. O jeito com hora certa
Da mesma forma que grandes ídolos passam por crises quando muitos de seus fãs lhes dão as costas, o preço das ações de companhias que outrora ocupavam o posto de vedetes ocasionalmente descem ladeira abaixo devido às oscilações do mercado. Quando rumores disseminam o pânico, investidores mais afoitos não hesitam em se desfazer daqueles papéis que estão levando uma surra. A hora, então, é de ir às compras: as ações caem tanto que ficam abaixo do chamado “preço justo”, aquele nível que faz jus aos verdadeiros fundamentos da companhia. Logo, o iminente potencial de alta torna o investimento bastante atraente. Um barômetro para medir o quanto uma ação pode estar descontada é usar a relação entre o preço do papel sobre o retorno que ele entrega. Assim, quando esse valor estaciona abaixo de médias históricas já cravadas no passado, investidores inteligentes farejam uma boa oportunidade de dobrar o dinheiro em menos tempo.
3. O jeito seguro
Para quem tem medo da bolsa e do vai e vem dos mercados, o investimento em títulos públicos é uma excelente saída para ganhar dinheiro de maneira segura e rentável. Essa é, aliás, a motivação dos grandes investidores de fora, que tomam dinheiro emprestado a baixíssimas taxas de juros nos seus países de origem. Eles aplicam esse montante nos papéis do governo brasileiro e levam para casa um retorno que chega a bater na casa dos dois dígitos. Como o risco de inadimplência está associado à quebra do país, o bom momento vivido pela economia afasta essa possibilidade e atrai levas de estrangeiros, que lucram sem qualquer esforço. Para entrar nesse time, os pequenos investidores não podem contar com a ajuda de empréstimos, que, no Brasil, são caríssimos. Mas podem comprar esses papéis via Tesouro Direto e obter um bom lucro. É possível aplicar em títulos da renda fixa prefixados, indexados à inflação ou à taxa Selic. Para se ter uma ideia, nos últimos 12 meses os títulos prefixados renderam uma média de 12,11%. O percentual foi de 16,31% para os papéis indexados à Selic e 18,18% para aqueles atrelados ao IGP-M. Vale lembrar que os horizontes de investimento são muitos e vão de semestres a 35 anos. Outro atrativo são as baixas taxas de administração e custódia. A liquidez também é garantida pelo Tesouro Nacional, que recompra os títulos todas as quartas-feiras.
4. O jeito especulativo
Enquanto devagar e sempre é o lema de muitos investidores, há quem se situe na outra ponta da cadeia e opte pela emoção. Para essas pessoas, a maneira mais rápida de engordar a conta bancária está no uso de ferramentas mais sofisticadas para operar no mercado de ações. Dentre as mais populares, estão as opções de ações, que garantem aos seus titulares o direito de comprar ou vender papéis em uma determinada data e a um valor previamente estabelecido. Quem tiver comprado uma opção de compra a 20 reais, por exemplo, poderá adquirir o papel a esse valor mesmo que ele esteja valendo 30 reais na data do vencimento. Aprenda a maximizar seus rendimentos ou se precaver das variações do mercado com as opções.
5. O melhor jeito
Diante do modesto teto da aposentadoria do INSS, muitas empresas oferecem planos de previdência complementar para os funcionários incrementarem sua poupança para o futuro. O grande diferencial está no benefício, ofertado por muitas delas, de contribuir com essa reserva adicionando um percentual daquilo que o trabalhador investir. Em algumas empresas, essa contrapartida é de 100% do que o funcionário poupar. Assim, quem destinar 400 reais por mês ao plano de previdência, ganhará outros 400 da empresa e verá o patrimônio imediatamente dobrar mês a mês, fora os juros que a aplicação “conjunta” renderá. Como essa é uma política de retenção de talentos, é de praxe que o dinheiro só possa ser sacado depois de um determinado tempo. Se o funcionário sair da empresa antes disso, ele deverá levar apenas o que poupou individualmente. Mas ainda que a perspectiva seja de longo prazo ou que a empresa não coloque 100%, mas apenas 10% desse valor, quem aderir ao plano certamente estará fazendo um bom negócio.