Minhas Finanças

Cinco conselhos para investidores pessimistas

Quem é cauteloso demais com as próprias finanças precisa aprender a controlar o medo e a monitorar menos o retorno dos investimentos

Pessimistas são cautelosos demais na hora de investir (.)

Pessimistas são cautelosos demais na hora de investir (.)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - Ser otimista é uma qualidade considerada imprescindível pela maioria das pessoas na hora de lidar com problemas ao longo da vida. No entanto, na hora de lidar com as próprias finanças, os pessimistas levam um pouquinho de vantagem quando comparados aos indivíduos que sempre enxergam o melhor cenário. Pelo menos essa é a opinião de Allan Roth, planejador financeiro e blogueiro do site MoneyWatch.com. "Como se preocupam muito mais que os otimistas, pessoas pessimistas tendem a economizar mais", diz.

E eles também são mais cautelosos. Estudo realizado nos Estados Unidos observou como pessimistas e otimistas lidavam com apostas em jogos. Foi concluído que o grupo dos pessimistas apostou menos, com poucas expectativas. No fim das contas, eles terminaram com mais dinheiro na carteira. Muito embora a bolsa seja bem diferente de um cassino, igualmente há riscos envolvidos na escolha de ações. Incertezas que os mais conservadores tendem a evitar.

E quem diria que ver o copo meio vazio poderia lhe render uma garrafa mais cheia ao fim do dia? Isso acontece porque alguns traços do pessimismo, como o excesso de cautela, por exemplo, acabam sendo traduzidos em um portfólio de investimentos mais estável. Também podem garantir um bom pé de meia para a aposentadoria. No entanto, o ideal é equilibrar o excesso de pessimismo com a realidade. Claro que os mercados podem ruir, mas é contraprodutivo presumir que nenhum investimento considerado um pouco mais agressivo irá atingir bons resultados.

Para ajudar um pessimista a encher seu copo ainda mais com dinheiro e boas doses de tranquilidade, o site MoneyWatch.com listou cinco regras a serem aplicadas por pessimistas em seu planejamento financeiro.

1 - Controle o medo:

Existe um princípio básico que determina o rumo dos investimentos pessoais de qualquer mortal: o medo de perder. No caso de quem é pessimista, esse traço é ainda mais acentuado. "Quando perdem, essas pessoas sentem-se muito mal e, quando ganham, não se sentem bem o suficiente", explica Dan Ariely, professor de psicologia e economia comportamental da Universidade de Duke.

Quem é muito negativo deve ver o risco como custo a ser pago pelos possíveis benefícios, sempre tendo em mente que faz sentido aceitar alguns riscos. Um exemplo: considere todas as possibilidades para investir o dinheiro da aposentadoria. As chances dos mercados congelarem e não irem a lugar algum pelos próximos 30 anos é quase nula. Em contrapartida, as chances dos mercados se amarrarem à inflação, neste mesmo espaço de tempo, são muito maiores.

2 - Permita-se gastar:

Roth explica aos pessimistas que eles têm permissão de gastar. "Alguns clientes meus que já juntaram muito dinheiro têm medo de acabarem a vida sem nada", diz. Existe uma grande diferença entre esbanjar, gastando todas as suas economias, comprometendo a qualidade de vida da família, e economizar em absolutamente todos os aspectos do orçamento.


E é bom pensar em aproveitar um pouco o conforto que o dinheiro pode comprar. Ter juntado boas economias aos 80 anos de idade dificilmente irá compensar o possível arrependimento de não ter aproveitado os prazeres que uma boa condição financeira oferece. 

3 - Conte com pessoas queridas

Ter alguém para conversar sobre sua vida financeira - como o cônjuge, pais, amigos ou filhos - ajuda o pessimista a contrabalancear as coisas. Melhor ainda se a pessoa em questão não tiver nenhum interesse em relação ao dinheiro.

4 - Não contrate mais seguros do que necessário

"Pessimistas tendem a contratar mais seguros, especialmente de vida", explica Moshe Milevsky, professor de finanças na Universidade de York. Os prêmios de tantos seguros podem contabilizar um prejuízo absurdo. "Faça uma análise racional do seguro e do quanto pode gastar com as apólices", aconselha.

Afinal de contas, o objetivo de um seguro de vida é garantir renda para aqueles que dependem financeiramente de outros. Portanto, pense se o seguro cobre as necessidades dessas pessoas no longo prazo e nada mais.

A regra vale para o caso das garantias estendidas, que podem custar caro. Elas podem compensar apenas de vez em quando. As chances de tudo o que você possui quebrar, ao mesmo tempo, são quase nulas. Canalize o realismo ou a negatividade para pesar as probabilidades. Uma dica é direcionar o dinheiro que seria usado na compra de garantias estendidas para uma poupança, por exemplo.

5 - Não monitore seus investimentos

Ariely aconselha aqueles que tendem a enxergar as coisas de maneira negativa a não checar, de hora em hora, a evolução dos investimentos. Tudo gira em torno do medo da perda, mas mais importante é não reagir ao menor sinal de tremor do mercado. "É bom avaliar, mas não o faça com base na emoção", sugere. Isso é especialmente importante quando o humor estiver instável. O melhor, nesse caso, é olhar para a frente e entender as perspectivas no longo prazo.

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