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CEF cobra menos para investir na Petrobras

Na oferta pública da estatal, o fundo da Caixa Econômica Federal tem a menor taxa de administração entre os seis maiores bancos brasileiros

Petrobras: o fundo com a menor taxa de administração é o melhor para investir (.)

Petrobras: o fundo com a menor taxa de administração é o melhor para investir (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - O fundo da Caixa Econômica Federal vai cobrar a menor taxa de administração de quem investir na oferta pública de ações da Petrobras. A taxa é de apenas 0,5% ao ano, contra 1,5% do Bradesco e do HSBC e 2% do Santander e do Banco do Brasil. Procurado, o Itaú Unibanco afirmou que não pode divulgar informações relativas à oferta pública neste momento. O prospecto do fundo da instituição também não está acessível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os fundos mais baratos para investir na Petrobras 
FundoTaxa de administração
Caixa FIA Petrobras Pré-Sal0,5% ao ano
Bradesco FIA Petrobras 20101,50%
HSBC FIA Petrobras 21,50%
Santander Petrobras OPA 2010 FIA2%
BB FIA Petrobras 22%
Itaú UnibancoNão-informado
Fonte: bancos e CVM 

 

Ao contrário do que deve estar pensando o investidor mais desconfiado, não é preciso temer nesse caso que o barato saia caro. Os fundos de ações que estão sendo lançados pelos bancos são classificados como "fundos passivos". Nesses produtos, o gestor não tem um grande poder de decisão. O estatuto da maioria dos fundos até permite que ele possa investir 20% do patrimônio líquido em títulos públicos e derivativos - enquanto os outros 80% obrigatoriamente ficam aplicados em ações da Petrobras. No entanto, na maioria das vezes, aplicações em títulos públicos funcionam apenas como caixa. E derivativos raramente são utilizados para que os investidores possam se proteger de eventuais quedas dos papéis.

Portanto, afirma William Eid Junior, professor do Centro de Estudos em Finanças da FGV, na hora de escolher um fundo passivo de ações, a melhor coisa a fazer é optar por aquele que cobra a menor taxa de administração. "As despesas e a política de gestão desses fundos são quase idênticas. Então é como escolher um fundo de renda fixa: o melhor é o que cobra a menor taxa", afirma. EXAME consultou a rentabilidade dos fundos de ações da Petrobras já existentes e constatou que os melhores resultados são mesmo obtidos por aqueles que cobram menos dos clientes. Neste ano, a melhor rentabilidade foi do Alfa 1 FGTS Petrobras (-22,09%), que cobra a menor taxa de administração (0,38% ao ano). Já o Dreyfus Brascan 3 FGTS Petrobras, cuja mordida é a maior da indústria (3% ao ano), acumula a perda mais representativa (-23,54%).


 

Burocracia

Quem se interessou em investir no fundo de ações da Caixa Econômica Federal para aumentar os ganhos terá, primeiro, de vencer a burocracia. Os maiores bancos exigem a abertura de uma conta corrente na instituição para onde serão enviados os recursos utilizados na compra das ações. Em geral, os documentos necessários para se tornar cliente são CPF, RG, comprovante de endereço e comprovante de renda. Com a conta já aberta, será necessário fazer a transferência para a Caixa do dinheiro que será utilizado na compra das ações. Além disso, é preciso assinar um termo de adesão à oferta pública - e se comprometer a não desistir de comprar as ações até a conclusão da operação.

Três bancos já divulgaram os prospectos de seus fundos de ações para a capitalização da Petrobras: Caixa Econômica Federal, Bradesco e Santander. Em geral, podem aderir pessoas físicas, clubes de investimento e também empresas. Os fundos estipularam a aplicação mínima de 200 e máxima de 300.000 reais na oferta pública. Para garantir a compra das ações, é necessário fazer a rserva até o dia 21. Nenhum dos fundos cobrará dos cotistas taxa de performance nem de saída dos recursos. Cada pessoa física poderá participar de apenas um fundo na oferta pública. Se a reserva for feita em duas instituições diferentes, o segundo pedido será desconsiderado.

O gestor do fundo vai comprar ações preferenciais da Petrobras - que não dão direito a voto, mas têm prioridade no recebimento de dividendos. Esses papéis possuem uma liquidez bem maior que as ações ordinárias, com direito a voto. As pessoas que reservarem ações estarão sujeitas ao rateio válido para todos os investidores de varejo, já que, se a procura superar a oferta, os bancos coordenadores da operação terão de dividir os papéis de maneira a atender todos os compradores. Logo, alguém que reservar 100.000 reais em ações, por exemplo, acabará comprando um valor menor.

O resgate dos recursos investidos pode ser realizado quando o cliente desejar - não há carência. Depois que a oferta pública tiver sido concluída e outros clientes desejarem entrar no fundo, não haverá mais rateio nem teto para o investimento. A aplicação inicial, entretanto, sobe para 1.000 reais. Como em qualquer fundo de ações, o cotista pagará à Receita Federal 15% do lucro obtido na data do resgate a título de Imposto de Renda. Não há cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


Os bancos alertam que os fundos de investimento que participarão da oferta pública da Petrobras são diferentes dos produtos antigos destinados à aplicação de recursos na estatal. Os nomes dos produtos, entretanto, ajudam a identificar qual é o fundo novo. No Bradesco, por exemplo, o cotista deve fazer o investimento por meio do FIA Petrobras 2010 - o FIA Petrobras não participa da operação. No BB, o fundo correto se chama FIA Petrobras 2 e, na Caixa, FIA Petrobras Pré-Sal. Todos esses fundos só aceitam aplicações diretas de recursos. Quem tiver a intenção de utilizar o FGTS na compra das ações precisa procurar fundos que tenham a sigla "FMP" no nome ou se informar no banco onde possui conta.

Via corretora

Outra forma de aplicar na oferta de ações da Petrobras é por meio de uma corretora. Nesse caso, é necessário ter ou abrir uma conta nessa instituição financeira e aprender a mexer no home broker - ordens de compra e venda pelo telefone costumam ser mais caras. Especialistas afirmam, entretanto, que a opção pela corretora só vale a pena para quem já investe via home broker ou para quem deseja aplicar volumes muito grandes de dinheiro nos papéis - como forma de diluir os custos de corretagem, os emolumentos cobrados pela BM&FBovespa e a taxa de custódia da CBLC. Em geral, investimentos de até 5.000 reais implicarão em despesas menores via fundos. Além disso, quem optar pela corretora terá de fazer um investimento inicial mínimo de 1.000 reais - ao invés dos 200 reais exigidos pelos fundos.

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