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Cartão Visa permite armazenamento de criptomoedas

Iniciativa, que está em fase beta, é resultado de uma parceria com a fintech Alterbank e permite utilizar moedas virtuais para realizar operações bancárias

Cartões: inicialmente o cartão terá apenas uma carteira de bitcoin, mas pretende incluir também litecoin e ethereum (Alterbank/Divulgação)

Cartões: inicialmente o cartão terá apenas uma carteira de bitcoin, mas pretende incluir também litecoin e ethereum (Alterbank/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 14h48.

São Paulo – A fintech Alterbank lançou a primeira conta digital Visa no Brasil a conectar a criptoeconomia com o sistema financeiro tradicional.

Por meio da iniciativa, que está em fase beta, os usuários brasileiros terão na mesma carteira sua conta com moedas digitais e uma outra conta com um cartão Visa. A solução permite utilizar as moedas virtuais para realização de diversas operações bancárias, como compras, saques, pagamentos de boletos e transferências.

O cartão Altercard Visa pode ser utilizado para pagamentos de contas no dia a dia (cartão físico), em plataformas online de vídeos, streaming e música, aplicativos de transportes privados e até mesmo para efetuar o pagamento de transportes públicos, como o metrô na cidade do Rio de Janeiro (RJ) , e ônibus em São Paulo (SP), devido à tecnologia NFC da Visa.

Atualmente a carteira de criptomoeda permite operações em bitcoin. No entanto, existem planos no curto prazo de incluir transações com litecoin e ethereum, por serem moedas com alta liquidez e utilização no Brasil e no exterior.

Julieti Brambila, diretora jurídica e de compliance do Alterbank, explica que dentro da fintech existem duas contas com saldos distintos, e uma delas é uma conta de pagamento digital com saldo em reais, supervisionada e regulamentada pela Banco Central. É nessa conta digital (que funciona de forma similar a uma conta bancária) que o cartão da Visa é utilizado e os saldos dos clientes em moeda corrente são mantidos.

Separadamente, existe a conta de criptomoedas (bitcoin), onde ocorre as conversões para moeda fiduciária. Apesar do quadro regulatório de criptomoedas ser incipiente no Brasil, diz Julieti, não há proibições legais para a realização desse tipo de operação. Além disso, aponta, a CVM já anunciou a criação de um laboratório para fintechs, enquanto a Receita Federal já divulgou iniciativas regulamentares sobre as moedas virtuais.

A abertura da conta na fintech é gratuita, via aplicativo de smartphone. O aplicativo está disponível para download nas versões em sistemas Android e IOS.

Como funciona

Para utilizar o serviço é preciso fazer, primeiro, um depósito na conta. Os depósitos podem ser feitos via TED de mesma titularidade, por meio de uma conta tradicional de outro banco ou pagamento de um boleto, que pode ser gerado pelo próprio aplicativo e cujo valor será adicionado ao saldo do usuário.

Também é possível adicionar saldo em reais à conta via criptomoedas, depositando na carteira da moeda digital e posteriormente convertendo do próprio aplicativo a qualquer momento.

Com o saldo em reais na conta, o Alterbank permite a realização de pagamentos de contas gerais (boletos), realização de transferências via TED para outras instituições bancárias (em horário de funcionamento dos bancos), transações 24h por dia entre contas da fintech e para parceiros, como a Bitpreço, casa de câmbio de criptomoedas nacional.

Com o cartão também é possível realizar qualquer outra compra, inclusive internacionais, na função crédito, como saques de valores em espécie nas redes do Banco 24horas, SaquePague e Correios.

O Alterbank cobra 6,90 reais por saque, e 3,50 reais por cada transferência para outros bancos. No caso de saques internacionais é cobrado 17 reais mais IOF, e no caso de compras internacionais 3% sobre o valor total mais o imposto.

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