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Caixa fará restrição adicional em financiamento imobiliário

O banco fará uma restrição adicional para financiamento de imóveis, diante da sangria dos recursos da caderneta de poupança


	Agência da Caixa: quem tem contrato de financiamento com recursos da poupança, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, não poderá mais tomar outro crédito dessa linha
 (Andrevruas/Wikimedia Commons)

Agência da Caixa: quem tem contrato de financiamento com recursos da poupança, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, não poderá mais tomar outro crédito dessa linha (Andrevruas/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2015 às 19h37.

São Paulo - A Caixa Econômica Federal fará uma restrição adicional para financiamento imobiliário, diante da prolongada sangria dos recursos da caderneta de poupança.

A partir do dia 17, quem tem contrato de financiamento na Caixa com recursos da poupança, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), não poderá mais tomar outro crédito dessa linha, informou o banco federal em nota nesta quarta-feira.

"Essas operações representam apenas 2,4 por cento da quantidade de financiamentos concedidos pelo banco", informou a Caixa em nota.

O banco federal destacou ainda que o foco da instituição em 2015 são imóveis novos, com destaque para a habitação popular, operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Segundo a Caixa, essas operações "de habitação popular não tiveram nenhuma alteração".

Maior concessora de empréstimos para compra da casa própria no país, com cerca de dois terços do mercado, a Caixa vem tomando desde o começo do ano sucessivas medidas para restringir o acesso ao financiamento imobiliário.

Neste ano, o banco já elevou duas vezes o preço cobrado dos empréstimos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), além de reduzir, de 90 para 80 por cento, a cota máxima de financiamento do imóvel no Sistema de Amortização Constante (SAC) e 50 por cento pela tabela Price.

Um dos motivos dessa movimento é o aumento da taxa básica de juros Selic, que tem provocado migração de recursos da poupança para alternativas mais rentáveis, como títulos públicos.

Segundo o Banco Central, os resgates da poupança superaram os depósitos em junho pelo sexto mês consecutivo, levando a saída líquida no primeiro semestre a 36,15 bilhões de reais. Dados preliminares do BC de julho mostram que os resgates líquidos no mês passado até dia 30 somaram 5,53 bilhões de reais, com a saída total em 2015 superando 40 bilhões de reais.

O crédito imobiliário financiado com recursos da poupança era de 104,4 bilhões de reais em junho, o menor desde pelo menos 2003. No primeiro semestre, os desembolsos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caíram 16 por cento, segundo a Abecip, entidade que representa os financiadores do setor.

Enquanto a Caixa desacelera no crédito imobiliário, rivais como Banco do Brasil e Itaú Unibanco têm ampliado os desembolsos para habitação, buscando se concentrar em segmentos de crédito tidos como de menor risco num momento de economia em retração.

Na terça-feira, o Itaú anunciou que o crédito imobiliário e o consignado foram os únicos a crescerem no segundo trimestre ante os primeiros três meses de 2015.

Já o BB anunciou há duas semanas uma linha de crédito de 1 bilhão de reais para o setor imobiliário, oferecendo financiar até 90 por cento de imóveis avaliados em até 400 mil reais.

IMPACTO

Profissionais do mercado imobiliário tiveram reações distintas ao anúncio da medida. Para o vice-presidente de habitação popular do SindusCon-SP, Ronaldo Cury, o impacto da restrição será pequeno.

"Na prática não muda muita coisa. É muito baixo o percentual de quem consegue comprar dois imóveis", disse. Já a fundadora da Akamines Negócios Imobiliários, Daniele Akamine, tanto potenciais mutuários como construtoras serão bastante prejudicados, especialmente na comercialização de imóveis na planta.

"O prazo médio entre a compra de um imóvel na planta e o início do contrato de financiamento com o banco é de dois anos", disse ela. "Quem já estava nesse processo agora é surpreendido e terá que buscar financiamento em outros bancos, que normalmente cobram taxas de juros maiores."

Texto atualizado às 19h37

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