As estratégias são diversas: há ETFs que seguem índices atrelados ao ouro, a ativos de mercados emergentes e à economia japonesa (Bloomberg/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 18h08.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 18h10.
Nem bem os recibos de ações (BDRs) de fundos de índice (ETFs) no exterior ficaram disponíveis aos pequenos investidores brasileiros e a Blackrock, uma das maiores gestoras globais, já disponibilizou 39 fundos listados em bolsas estrangeiras.
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As estratégias são diversas: há ETFs que seguem índices atrelados ao ouro, ativos de mercados emergentes, à economia japonesa, à prata e também ligados a ações que pagam dividendos. Veja abaixo a lista dos novos produtos:
William Eid, professor de finanças da FGV, aponta que o produto é uma oportunidade para os brasileiros investirem em segmentos que não estão listados na bolsa brasileira. "Há fundos de índices que investem apenas em empresas de cibersegurança ou no setor de TI na Ásia Os ETFs deixaram de ser apenas fundos baratos para se tornarem fundos temáticos, permitindo montar diversas estratégias."
Segundo ele, BDRs de ETFs são ideais para quem não quer comprar o ativo diretamente lá fora, seja porque não tem recursos ou conhecimento. "A abertura do mercado para o brasileiro permite diversificar em moeda, temas e país. O índice S&P ficou positivo enquanto o Ibovespa não voltou aos níveis pré-crise. Isso acontece porque a economia dos Estados Unidos é mais pujante do que a brasileira."
O investidor precisa, contudo, ter consciência de que mesmo comprando BDRs de ETFs em reais estara exposto à variação cambial no investimento. Por isso, o investimento é indicado para objetivos de longo prazo. Em períodos mais longos o câmbio tende a ser neutro", completa Eid.
A especialista em fundos Juliana Machado e o CIO Renato Mimica, da EXAME Research, apontam, em relatório, que outras questões que devem ser ponderadas antes de investir é o perfil de investimento e o quanto o elevado sobe e desce desse tipo de produto pode incomodar; e como essa aplicação irá compor a carteira. O indicado é que os ETFs sejam combinados com produtos de gestão ativa e posições diretas em ações ou BDRs.
Com a chegada de tantos produtos na bolsa de valores, escolher onde investir pode ser difícil. Ainda mais porque ao investir em um fundo passivo é recomendável que o investidor tenha uma forte convicção de que uma economia ou um grupo de ações deve se valorizar ao longo do tempo.
Mas já existe quem busque resolver esse problema. O novo fundo do BTG Pactual, o BTGP Diversified Global Equities FIA BDR I IE, tem gestão ativa e baixo custo. Sua aplicação mínima é de R$ 100 e não há a cobrança de taxa de performance. Outros players no mercado já planejam produtos similares.
Uma característica de destaque do novo fundo é que enquanto o investimento em um ou outro BDR faria o investidor, eventualmente, concentrar recursos em um ou outro mercado, o fundo, por outro lado, procura olhar sempre para o MSCI World, indicador que avalia o retorno das maiores ações globalmente.