Por Fernando Nakagawa

Brasília - As cadernetas de poupança encerraram o ano de 2009 com um forte incremento na captação de recursos. Dados divulgados hoje pelo Banco Central mostram que os depósitos superaram os saques em R$ 30,412 bilhões no decorrer do ano passado. O resultado foi 71,2% maior que o observado em 2008, ano afetado pela crise financeira mundial, e é o segundo melhor da série histórica, iniciada em 1995, atrás apenas do observado em 2007, quando a captação de recursos somou R$ 33,379 bilhões.

Os números do BC mostram ainda que o melhor resultado das cadernetas aconteceu a despeito da queda do volume de depósitos. Ao todo, o ano de 2009 teve aplicações que somaram R$ 1,043 trilhão, cifra 9,7% menor que a observada em 2008. A melhora do resultado anual, porém, é explicada porque os saques também diminuíram e em ritmo ainda maior: atingiram R$ 1,013 trilhão no acumulado do ano, valor 10,9% inferior ante o ano anterior. Isso quer dizer que, na média, a cada R$ 1 sacado em 2009 foram depositados R$ 1,03. Em 2008, a proporção foi menor: depósito de R$ 1,01 a cada retirada de R$ 1.

Além de os depósitos terem superado os saques, as cadernetas existentes também renderam R$ 18,226 bilhões nos 12 meses do ano passado. Assim, ao final de 2009, a soma das contas existentes era de R$ 319,079 bilhões, cifra 17,9% superior à observada 12 meses antes. Apenas no mês de dezembro, o melhor do ano, a captação líquida da poupança somou R$ 9,171 bilhões, fruto de depósitos de R$ 112,230 bilhões e saques de R$ 103,059 bilhões. Houve, ainda, rentabilidade de R$ 1,516 bilhão das contas existentes. Normalmente, o último mês do ano apresenta os melhores resultados na poupança porque trabalhadores recebem a segunda parcela do 13º salário.