As altas mais expressivas no semestre foram puxadas por batata, cebola, leite longa vida, feijão, queijo muçarela (Marcos Santos/USP Imagens)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de agosto de 2022 às 14h45.
Última atualização em 11 de agosto de 2022 às 15h00.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revisou para cima sua projeção de crescimento anual do setor de 2,8% para 3% a 3,3%. As razões apresentadas para a melhora de perspectiva foram a melhora no índice de inflação, o aumento do emprego formal e os recursos que começaram a ser injetados na economia nesta semana com o pagamento dos auxílios do pacote de benefícios aprovados pelo Congresso Nacional.
"Esse dinheiro vai movimentar o consumo nos lares, então, o crescimento em ritmo moderado do primeiro semestre deve ficar para trás. Daqui para frente, o consumo tende a ser mais intenso e estável porque cresceu o número de famílias, aumentou o valor do benefício e novos auxílios foram criados para outras categorias profissionais: caminhoneiros e taxistas", analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Para os próximos meses, o pagamento do pacote de benefícios aprovados pelo congresso nacional deve aumentar o consumo nos lares.
A Abras estima que cerca de 50 a 60% dos valores liberados pelo governo devem ser destinados à cesta de consumo.
"Olhando para frente, o comércio tem ao menos três importantes datas para impulsionar as promoções e incentivar consumo nos lares: a Black Friday, a Copa do Mundo e as festas de fim de ano", diz Milan.
Outras fontes de recursos são a restituição do imposto de renda (4º e 5º lotes), o resgate de R$ 25 bilhões do PIS/Pasep por 10 milhões de pessoas e o pagamento do 13º terceiro salário para trabalhadores formais, funcionários e servidores públicos.
LEIA TAMBÉM: Gasolina cai 15%, leite sobe 25%: veja as maiores altas e baixas de preço em julho
O Consumo nos Lares Brasileiro no primeiro semestre, medido pela Abras, encerrou o período com alta de 2,20%. Na comparação junho ante maio, o indicador apresentou alta de 0,10%. Em relação a junho de 2021 a alta é de 6,03%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para fazer frente a alta da inflação dos alimentos, a associação indica que o consumidor fez compras mais planejadas, trocou marcas e buscou mais promoções. O varejo intensificou as negociações comerciais com os fornecedores, ampliou o número de marcas e fez mais promoções nas lojas, afirma a Abras.
Em um semestre em que os preços das commodities foram impulsionados pelo impacto da invasão da Ucrânia, clima adverso e altos custos de produção e transporte, o Abrasmercado — indicador da cesta composta por 35 produtos de largo consumo como alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza - acumulou alta de 10,41%. Assim, o preço da cesta na média nacional chegou a R$ 773,44 em junho.
As altas mais expressivas no semestre foram puxadas por batata (+55,81%), cebola (+48,13%), leite longa vida (+41,77%), feijão (+40,97%), queijo muçarela (+36,10%).
LEIA TAMBÉM:
Renda fixa se consolida como melhor investimento do ano; confira as melhores oportunidades
Entenda, na prática, como a Renda Fixa pode gerar rentabilidades acima de 30%