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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O banco britânico Barclays infornou nesta terça-feira (12/6) que entregou às autoridades holandesas e britânicas a documentação necessária para a compra do ABN Amro, incluindo um prospecto preliminar para oferta pública de aquisição. Em comunicado, o Barclays afirma que realizou "excelentes avanços", conjuntamente com o ABN para a concretização do processo de fusão das instituições, anunciado no último dia 23 de abril.
Segundo a instituição, já foram cumpridos praticamente todos os requisitos estabelecidos pelas entidades reguladoras dos 52 países no qual o ABN opera. O prospecto preliminar de oferta de aquisição foi enviado também à SEC, o órgão americano correspondente à Comissão de Valores Imobiliário (CVM) no Brasil, e deverá estar disponível no site do órgão ainda hoje. "Juntos, Barclays e ABN Amro continuarão trabalhando junto às entidades reguladoras com o objetivo de publicar a documentação oficial em julho", informou o Barclays em nota.
O banco britânico destaca, ainda, que o Bank of America já apresentou ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) autorização para a compra do LaSalle, a filial americana do ABN Amro.
Ontem, o fundo Atticus Capital, que controla 1% do Barclays, solicitou ao Barclays a retirada de sua oferta de aquisição do ABN Amro, alertando que votará contra o negócio caso ele seja tocado adiante.
Numa carta endereçada ao presidente do Barclays, Marcus Agius, os diretores do Atticus qualificaram a transação como uma oferta para comprar "um negócio inferior num leilão com preços inflados". Eles avisaram que contatariam outros investidores, e que mais esforços para completar a aquisição do ABN Amro "prejudicariam a credibilidade da equipe gerencial e irritariam os acionistas" do banco britânico.
Em resposta, o Barclays afirmou que "as opiniões expressadas pelo Atticus não são representativas do feedback que recebido dos acionistas que continuam apoiando estratégia do banco". Os diretores do banco britânico afirmaram ter contatado mais de 50 acionistas para discutir o negócio.
O Barclays ofereceu 67 bilhões de euros pelo ABN Amro, mas um consórcio formado pelos bancos Royal Bank of Scotland Group, Fortis e Santander formalizou, no final de maio, uma oferta de 71,1 bilhões de euros pelo banco holandês. Enquanto os membros do ABN recomendam a venda para o Barclays, parte dos acionistas prefere que o negócio seja realizando com o consórcio - o que garantiria maior lucro aos investidores. Na segunda opção, o ABN possivelmente seria dividido entre os compradores, ficando o Santander com os negócios no Brasil e Itália; o Royal Bank of Scotland ficaria com o LaSalle, maior instituição financeira de Chicago e forte no meio-oeste americano; e as operações na holanda caberiam ao Fortis.