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Bank of America compra a Countrywide por US$ 4 bi

Negócio torna o maior banco dos EUA líder na área de hipotecas e ajuda a dissipar os rumores de que a financeira estaria próxima da concordata

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O maior banco dos Estados Unidos em valor de mercado, o Bank of America, confirmou nesta sexta-feira (11/01) a compra da financiadora de imóveis Countrywide Financial, um dos atores centrais da crise das hipotecas de alto risco (subprimes), por 4 bilhões de dólares.

A negociação pode pôr um fim, pelo menos temporariamente, à agonia da maior companhia de hipotecas dos EUA, que após observar seu valor de mercado despencar 85% em 12 meses e registrar, no 3º trimestre de 2007, seu primeiro balanço trimestral negativo, em 25 anos de existência, foi obrigada a negar, nas últimas semanas, rumores de que estaria próxima de pedir concordata.

Pelo acordo, os acionistas da Countrywide receberão uma fatia de 0,1822 de uma ação do Bank of America para cada papel que possuírem da financeira, como informa o jornal britânico Financial Times.

O negócio teve efeitos contrários sobre as ações das empresas envolvidas. Apenas o rumor de que a compra seria efetivada, nesta quinta-feira, foi capaz de impulsionar o valor da ação da Countrywide em 51,4%. O papel da empresa fechou o dia anterior ao do anúncio oficial cotado em 7,75 dólares, ante uma abertura na faixa dos 5,12 dólares. No aftermarket, a euforia se dissipou parcialmente, as ações perderam 16% do valor e iniciaram a sexta-feira com o preço de 6,33 dólares. As ações do Bank of America, por sua vez, caíram 2%.

O temor dos investidores é que o acordo acabe por trazer prejuízos ao Bank of America, diante da alta taxa de inadimplência dos empréstimos da Countrywide - no fim de 2007, 7% dos pagamentos dos clientes da companhia estavam mais de 60 dias atrasados - e da impossibilidade de prever a profundidade que a crise imobiliária ainda atingirá.

Ganhos em meio a crise?

O interesse do Bank of America pela Countrywide já havia sido demonstrado em agosto, quando o banco injetou 2 bilhões de dólares, na compra de uma fatia de 16% da financiadora, em forma de ações preferenciais conversíveis. O aporte deu algum fôlego à empresa em crise, num momento em que ninguém se arriscava a prever a extensão do problema, no setor de crédito dos EUA.

Para os executivos do banco, no entanto, a compra concretizada hoje pode se tornar um exemplo de como aproveitar os momentos de instabilidade econômica para lucrar. Na semana passada, o valor de mercado da Countrywide chegou a 3 bilhões de dólares e as ações da companhia alcançaram o índice mais baixo em pelo menos uma década, diante das dificuldades.

"A Countrywide representa uma oportunidade rara para o Bank of America de incorporar a um preço atraente o que nós acreditamos ser a melhor estrutura de serviços de empréstimos imobiliários, além de firmar nossa posição como a principal empresa do país em financiamento para o consumidor direto", afirmou o executivo-chefe do Bank of America, Kenneth D. Lewis.

O banco também espera obter uma economia de 670 milhões de dólares em custos, a partir da transação, uma economia de cerca de 11% da base de gastos das áreas de hipotecas das duas companhias.

 

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