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Bancos barram compra de bitcoin com cartão de crédito

Grandes bancos nos Estados Unidos decidiram que não querem financiar criptomoedas em forte queda

Bitcoins: JPMorgan Chase, Bank of America e Citigroup interromperam compra de criptomoedas com cartões (Dalebor/Thinkstock)

Bitcoins: JPMorgan Chase, Bank of America e Citigroup interromperam compra de criptomoedas com cartões (Dalebor/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 11h50.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2018 às 11h55.

Cada vez mais grandes emissoras de cartões de crédito dos EUA estão decidindo que não querem financiar um investimento em forte queda.

JPMorgan Chase, Bank of America e Citigroup anunciaram a interrupção das aquisições de bitcoins e de outras criptomoedas com seus cartões de crédito. O JPMorgan, que colocou o veto em vigor no sábado, não quer o risco de crédito associado às transações, disse a porta-voz da instituição, Mary Jane Rogers.

O Bank of America começou a reduzir as transações de cartões de crédito com bolsas conhecidas de criptomoedas na sexta-feira. A política se aplica a todos os cartões de crédito pessoais e comerciais, segundo um memorando, mas não afeta os cartões de débito, disse a porta-voz da empresa, Betty Riess.

E na noite de sexta-feira, o Citigroup anunciou que também interromperá as aquisições de criptomoedas com seus cartões de crédito. “Continuaremos revendo nossa política segundo a evolução desse mercado”, disse a porta-voz da empresa, Jennifer Bombardier.

Autorizar a compra de criptomoedas pode criar grandes dores de cabeça para os bancos, que podem acabar em situação de risco caso o tomador do empréstimo faça uma aposta equivocada e não possa pagar. Existe também o risco de ladrões abusarem de cartões roubados ou baseados em identidades roubadas, transformando-os em depósitos de criptomoedas. Além disso, os bancos são obrigados pelos órgãos reguladores a monitorar as transações dos clientes em busca de sinais de lavagem de dinheiro — o que não é tão fácil se os dólares forem convertidos em moedas digitais.

O bitcoin perdeu mais da metade de seu valor desde 18 de dezembro, caindo para menos de US$ 8.000 na sexta-feira pela primeira vez desde novembro. A queda ocorreu em meio à escalada de ameaças regulatórias em todo o mundo, ao medo de manipulação de preços e à proibição do Facebook aos anúncios de criptomoedas e ofertas iniciais de moedas.

Agora, a eliminação das compras com cartões poderia ampliar essas pressões ao dificultar a entrada dos entusiastas no mercado. A Capital One Financial e a Discover Financial Services haviam afirmado anteriormente que não dão respaldo às transações.

A Mastercard anunciou nesta semana que os volumes internacionais de sua rede – um indicador dos gastos dos clientes no exterior — aumentaram 22%, alimentados em parte pelos clientes que usaram cartões para comprar moedas digitais. A empresa alertou que a tendência já estava começando a desacelerar quando os preços das criptomoedas caíram.

O CEO da Discover, David Nelms, desdenhou o financiamento de transações com criptomoedas em entrevista, no mês passado, observando que a posição poderia mudar dependendo da demanda dos clientes. Por enquanto, “são criminosos que estão tentando tirar dinheiro da China ou de outras partes”, disse, sobre quem tenta usar as moedas.

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