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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Nos últimos meses, uma onda de novas aquisições tomou conta do setor bancário. Ávidos por ampliar a oferta de crédito - principalmente no segmento de empréstimos consignados -, os grandes bancos foram à caça de financeiras, administradoras de cartões de crédito e instituições de pequeno porte, tornando ainda mais acirrada a concorrência nesse mercado.O exemplo mais recente foi a aquisição do cearense BMC pelo Bradesco no final de janeiro. A operação agregou mais 1,5 bilhão de reais à sua carteira de empréstimos consignados.
Na contramão, desponta o Banco Real. A instituição, que anunciou nesta quinta-feira (8/2) aumento de 43% em seu lucro líquido em 2006, para 2,048 bilhões de reais, garante que não vai entrar nesta guerra. "Compras de pequenos bancos ou financeiras voltados ao crédito para pessoa física não fazem parte dos nossos planos", afirma o presidente do Banco Real, Fábio Barbosa. O executivo ressalta, porém, que não descarta a possibilidade de aquisição de instituições direcionadas ao crédito para pequenas e médias empresas. "Mas esse não é nosso foco. A estratégia é de crescimento orgânico", diz.
Para os próximos meses, a instituição planeja a abertura de mais 36 agências e a consolidação da base de clientes. "Queremos que nossos clientes sintam-se tão satisfeitos que indiquem nossos serviços para terceiros. Por isso, vamos continuar trabalhando com o conceito de atendimento personalizado", afirma Barbosa.
Enquanto o banco anunciava os resultados de 2006 e os planos para 2007, o mercado era agitado por mais um rumor: o de que a venda das operações no Brasil do ABN Amro Bank estaria sendo negociada. O Banco Real nega qualquer movimento neste sentido, e destaca: "A participação no Brasil está crescendo e já temos uma estratégia de expansão aprovada pela matriz. Se formos participar de algum negócio, será como comprador", diz o presidente da instituição.
Resultados
Em 2006, o Banco Real aumentou em 22% suas receitas, que alcançaram 12,995 bilhões de reais. O retorno sobre o patrimônio subiu de 18% em 2005 para 22,8% em 2006 e o índice de eficiência caiu de 57,3% para 50,9% no ano passado.
Mesmo sem ser o foco da instituição, a carteira de crédito de pessoas físicas cresceu 24%, enquanto a carteira de pequenas empresas subiu 30% e a de médias empresas, 43%. No mesmo período, no entanto, a provisão para créditos duvidosos foi elevada em 71%, passando de 1,086 bilhão de reais em 2005 para 1,857 de reais no ano passado. "O aumento não é motivo de preocupação, já que nossa receita, após descontada a provisão, subiu 19%", afirma Barbosa. "E, para 2007, a expectativa é de estabilização no percentual de perdas com crédito", diz o presidente do Banco Real, que projeta expansão de cerca de 30% nas operações de crédito este ano.