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Banco central americano surpreende e corta juros em 0,5 ponto, para 4,75%

Corte é maior que o esperado pelo mercado e faz bolsa paulista fechar com alta de 4,28%

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, surpreendeu o mercado e cortou em meio ponto percentual a taxa básica de juros do país, para 4,75% ao ano. Embora um corte dessa magnitude fosse cogitado por alguns analistas, o consenso era de que a queda seria de 0,25 ponto. Este foi o primeiro corte realizado pelo Fed desde junho de 2003. A taxa que vigorava até a decisão de hoje, 5,25% ao ano, era mantida desde junho de 2006.

A decisão fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparar e encerrar em alta de 4,28%. Os 56.666 pontos registrados no final do pregão são o maior nível da bolsa paulista desde 23 de julho, véspera do início da crise no mercado hipotecário americano. Naquele dia, a bolsa fechou em 58.036 pontos. No pregão seguinte, já sob o impacto da crise, a bolsa recuou 3,86%, para 55.794.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, a decisão indica que o presidente do Fed, Ben Bernanke, conseguiu vencer a resistência de parte dos presidentes de bancos centrais estaduais, que temiam que um corte maior dos juros alimentasse a inflação no país.

A medida mostra, ainda, que o Fed está disposto a apoiar enfaticamente o mercado financeiro, sacudido desde o final de julho pela crise das hipotecas de segunda linha - o chamado mercado subprime. A primeira medida foi o corte de meio ponto na taxa de redesconto dos títulos, referência para os empréstimos feitos pelo Fed a bancos que necessitam de recursos, mediante garantias como hipotecas. Outra medida adotada foi a injeção de recursos financeiros no mercado - ação também empreendida por bancos centrais de outros países, como os europeus e o japonês.

Mas a queda acentuada do nível de emprego em agosto - um corte de 4.000 vagas - pegou os investidores de surpresa e mostrou que a crise, até então vista como algo restrito ao mercado financeiro, começava a contaminar a economia real. Na ocasião, Bernanke afirmou que consideraria a possível extensão da crise sobre a economia para decidir o que fazer com os juros.

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