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As corretoras que mais acertaram ou erraram em 2015

Levantamento de EXAME.com mostra quais corretoras de valores fizeram as melhores e piores recomendações de ações em 2015


	Tiro ao alvo: Em ano difícil para a bolsa, apenas a carteira da Citi Corretora conseguiu superar a poupança
 (Thinkstock/Photodisc)

Tiro ao alvo: Em ano difícil para a bolsa, apenas a carteira da Citi Corretora conseguiu superar a poupança (Thinkstock/Photodisc)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 13h13.

São Paulo – A carteira recomendada de ações com melhor desempenho em 2015 foi a da Citi Corretora, que registrou alta de 8,62%. O resultado ficou bem acima do apresentado pelo Ibovespa, o principal índice de referência da bolsa, que fechou o ano com queda de 13,31%.

Dentre as 21 corretoras que divulgaram os desempenhos mensais e anual de suas carteiras de ações a EXAME.com, 17 encerraram o ano em queda. Ainda assim, apenas cinco tiveram desempenho pior que o do Ibovespa: BB Investimentos, Elite, Magliano, Planner e Socopa.

Já ao comparar os resultados das carteiras com a renda fixa, é possível dizer que todas as corretoras ficaram no chinelo: nenhuma das carteiras chegou perto do resultado da taxa DI, que encerrou 2015 com alta de 13,22%.

A Taxa DI é a média dos juros praticados nos Certificado de Depósito Interbancário (CDIs) transacionados entre os bancos e é usada como referência para o rendimento dos investimentos de renda fixa (veja mais detalhes sobre a taxa DI).

Apenas a carteira do Citi foi capaz de bater a caderneta de poupança, que rendeu 8,07% no ano, o que corrobora com a visão de que 2015 foi o ano da renda fixa. Com juros em alta e bolsa em baixa, investimentos atrelados à taxa DI ou Selic e outros que são influenciados pelos juros, como é o caso da caderneta (quanto maiores os juros básicos, maior a Taxa Referencial, que remunera a poupança), se destacaram.

Veja a seguir a performance das carteiras recomendadas pelas corretoras de valores no ano de 2015. 

Corretora Desempenho em 2015
Citi 8,62%
Tov 7,45%
Geral 3,19%
Gradual 3,08%
Guide 1,10%
Ativa -2,54%
Bradesco -3,27%
Walpires -3,31%
XP Investimentos -4,23%
Lerosa -4,37%
Um Investimentos -4,52%
Alpes/Wintrade -5,08%
Geração Futuro -5,82%
Coinvalores -10,10%
Quantitas -10,88%
Pax -12,70%
BB Investimentos -13,62%
Planner -14,46%
Socopa -15,65%
Elite -16,84%
Magliano -16,97%

Fonte: Corretoras. Todos os desempenhos mensais das carteiras foram conferidos com as rentabilidades mensais enviadas pelas corretoras ao longo do ano e o rendimento no acumulado de 2015 foi recalculado por EXAME.com.

Veja no documento a seguir os desempenhos mensais e anual detalhados.

Desempenho das carteiras de ações de 21 corretoras em 2015

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A estratégia da corretora campeã

Em entrevista a EXAME.com, Cauê Pinheiro, analista da Citi Corretora, revelou quais estratégias permitiram que a corretora apresentasse o melhor resultado do ano.

O analista destaca que em 2015 o desempenho da bolsa foi afetado principalmente pela queda nos preços das commodities e pela economia em contração.

Diante desse cenário, Pinheiro afirma que a equipe do Citi optou por focar em ações de empresas que não costumam ser tão abaladas pelo desempenho da economia brasileira. “Entre elas, estão ações de empresas exportadoras, que possuem receita em dólar, e empresas do setor financeiro não bancário, como empresas de meios de pagamento e seguradoras”, diz.

Segundo ele, as empresas exportadoras se beneficiaram pela alta do dólar em 2015 tanto porque o preço de seus produtos ficou mais competitivo lá fora, o contribui para elevar seu volume de exportações, quanto pelo fato de que parte de suas receitas é recebida em dólar, o que torna seus resultados em reais ainda melhores.

A estratégia da corretora também consistiu em investir em ações de empresas com baixo nível de endividamento e com demanda estável, cujas vendas não são afetadas pelo ambiente de crise. “Alguns exemplos são as empresas do setor de consumo não discricionário e empresas com participação de mercado relevante”, diz.

Da mesma forma, a corretora evitou indicar em sua carteira ações do setor de consumo discricionário, que seriam as ações de empresas que comercializam bens e serviços de consumo que não são de primeira necessidade, como é o caso das empresas dos segmentos de vestuário e eletrônicos, que tendem a sofrer reduções nas vendas em períodos de crise.

Outro setor que a corretora procurou manter distância foi o de construção civil. “O setor imobiliário foi muito impactado pelo aumento dos juros, pela diminuição da confiança do consumidor e pelo aumento do desemprego”, comenta Pinheiro.

O analista preferiu não citar ações específicas, nem comentar quais ações mais contribuíram para a valorização da carteira.

Sugestões para 2016

Como o cenário econômico em 2016 deve ser muito parecido com o de 2015, Cauê Pinheiro afirma que, em linhas gerais, a Citi Corretora deve seguir no início deste ano a mesma estratégia do ano passado.

Pinheiro lembra que as expectativas para o PIB continuam sendo trazidas para baixo - a retração prevista para 2016 foi ampliada de 2,81% para 2,95%, segundo o mais recente Boletim Focus - e outros indicadores econômicos ainda podem se mostrar piores do que neste ano. Portanto, é preciso manter a cautela, segundo o analista.

“Nossa carteira segue defensiva, focada em empresas não cíclicas - que não dependem tanto do desempenho da economia -, pouco endividadas e que têm receita em dólar, por serem exportadoras ou por possuírem negócios em outros países”, diz Pinheiro.

Veja a carteira recomendada pelo Citi e por outras corretoras para o mês de janeiro.

Confira também quais são as ações mais sugeridas para o ano de 2016.

Sobre as carteiras recomendadas

As corretoras elaboram carteiras recomendadas para indicar a seus clientes quais ações elas acreditam que podem se valorizar mais no mês em questão. Ao longo de 2015, EXAME.com publicou mensalmente as carteiras enviadas por cerca de 20 corretoras com suas recomendações para cada mês.

Por mais que o resultado das carteiras seja uma medida de avaliação sobre a capacidade da corretora para indicar boas ações, esse é apenas um dos critérios que deve ser usado para avaliar se a empresa pode cuidar bem do seu dinheiro ou não. 

Como as recomendações das carteira são bem gerais, não são feitas sob medida para um perfil específico do cliente, elas não são capazes de mostrar com precisão qual seria a qualidade do serviço oferecido pela corretora no dia a dia ao lidar individualmente com seus clientes. 

Vale ressaltar também que nem todas as corretoras se arriscam a elaborar carteiras com recomendações e divulgá-las à imprensa. Pode-se dizer, portanto, que aquelas que o fazem sujeitam-se a uma exposição maior do que outras.

*Matéria atualizada às 14h45 com correção na rentabilidade da corretora Ativa, que havia enviado o desempenho do mês de julho incorreto.

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