Minhas Finanças

As ações de small caps mais indicadas para setembro

O Índice Small Caps (SMLL), que reúne as empresas de menor capitalização na bolsa B3, fechou em alta de 0,5%, ligeiramente melhor que o Índice Bovespa

Bolsa de valores: small caps são mais voltadas para o mercado local e devem se beneficiar do cenário de juros baixos (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)

Bolsa de valores: small caps são mais voltadas para o mercado local e devem se beneficiar do cenário de juros baixos (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 11 de setembro de 2019 às 18h42.

Última atualização em 12 de setembro de 2019 às 10h28.

O Índice Small Caps (SMLL), que reúne as empresas de menor capitalização na bolsa B3, fechou em alta de 0,5%, ligeiramente melhor que o Índice Bovespa, que caiu 0,7% e reúne as maiores empresas do mercado.

Para o Bradesco, ações de empresas mais voltadas para o mercado doméstico devem se beneficiar da agenda de crescimento brasileira e apresentar fortes retornos por ação. E as empresas de menor porte, ou small caps, em geral, são mais voltadas para o mercado local e devem se beneficiar do cenário de juros mais baixos por um período mais longo, até o fim do ano que vem. Serão beneficiadas ainda pela liberação do FGTS e de outras medidas de incentivo do governo.

Ao mesmo tempo, o Bradesco acredita que as incertezas globais vão continuar significantes, reforçando a tendência de queda dos preços das commodities e das grandes empresas exportadoras.

A lista de indicações de dez corretoras acompanhadas pelo Portal do Pavini mostra uma grande diversificação. Apenas seis ações receberam mais de três indicações. Já 16 papéis tiveram duas indicações.

As mais indicadas têm o perfil do mercado interno. A lista inclui Tenda, voltada para a construção de casas para menor renda, a Via Varejo, de consumo de bens duráveis, e a CVC, de viagens.

Entre as indicações, chama a atenção o papel da operadora de telefonia Oi, que já foi a maior tele do país e está hoje em dificuldades, em recuperação judicial. A empresa foi indicada por três corretoras, que acreditam na virada da empresa.

As pequenas notáveisde setembro
EmpresaCódigoIndicações
Tenda ONTEND35
Via Varejo ONVVAR34
CVC BrasilCVCB33
Unidas ONLCAM33
Oi ONOIBR33
Hermes Pardini ONPARD33
Alupar UnitALUP112
Arezzo ONARZZ32
Banrisul PNBBRSR62
Cesp PNBCESP62
Duratex ONDTEX32
Gerdau Met.GOAU42
Metal Leve ONLEVE32
Linx ONLINX32
Marfrig ONMRFG32
Marcopolo PNPOMO42
PetroRio ONPRIO32
Randon Part PNRAPT42
SLC AgrícolaSLCE32
Totvs ONTOTS32
Unipar PNBUNIP62

Segundo a Elite Investimentos, a Oi Brasil, após reportar um prejuízo de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre seguiu com más notícias. Primeiro, a troca do seu presidente após pressão de seus controladores a partir do mau resultado do 2º trimestre; e em seguida a notícia da Anatel que poderia intervir na companhia.

Tudo isso levou as ações ao preço mínimo de R$ 0,71. Na última semana de agosto as ações ganharam fôlego com o anúncio de interesse da americana AT&T na Telecom e da votação do novo marco regulatório das telecomunicações, que foi apressado pelo Congresso a fim de “salvar” a companhia.

Ainda assim, as ações ordinárias da Oi encerraram o mês de agosto com queda de 23%. Apesar dos fatores negativos, a Elite manteve as ações da companhia na carteira, diante dos possíveis gatilhos positivos que podem se concretizar nos próximos meses.

Segundo a Terra Investimentos, a Oi conseguiu homologar o novo plano de recuperação judicial da companhia, com uma boa redução no endividamento total, na alavancagem e no resultado financeiro. A corretora cita também a expectativa de negociação de ativos com players como AT&T, TIM, Claro ou Vivo.

O risco da operação é que o ambiente de concessões públicas é sujeito a grande influência governamental sobre as atividades da companhia. O setor é marcado também por concorrência elevada com players internacionais disputando espaço com a Oi diretamente e indiretamente, por meio da oferta de pacotes substitutos aos oferecidos pela empresa.

A Oi apresenta ainda alto grau de alavancagem financeira tanto nos múltiplos que comparam o total de dívida com o patrimônio líquido quanto com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia. E a pespectiva ainda é de prejuízos líquidos elevados.

No caso da Via Varejo, a Elite cita a reestruturação na varejista, que se iniciou após um longo período de espera para o Grupo Pão de Açúcar concluir a venda das suas ações da Via Varejo. Hoje, o empresário Michel Klein, filho do fundador das Casas Bahia, é o maior acionista e presidente do Conselho de Administração.

A autonomia da companhia já pode ser vista, por exemplo, com o anúncio do novo “chief digital officer”, Helisson Lemos, que possui no seu currículo 17 anos no Mercado Livre e passagem na Movile (operadora de apps como iFood e Sympla).

Mas a restruturação ainda deve ter um longo caminho a percorrer, afirma a Elite. Essas mudanças devem proporcionar um novo fôlego para companhia focar no aperfeiçoamento operacional, estrutural e enfrentar as transformações digitais que vem ocorrendo do varejo.

Um fator importante pela escolha da Via Varejo, diz a Elite, é sua capilaridade e porte, que podem ser fatores importantes com a retomada da economia que já foi sentida na divulgação do PIB do 2º trimestre.

Já a Guide Investimentos cita a Tenda como um dos principais players do segmento de baixa renda, com sólida posição financeira para se beneficiar do cenário do setor de construção.

A empresa detém uma estrutura de capital conservadora, com baixa alavancagem, e tem sua atuação nas principais regiões metropolitanas do país, onde o déficit habitacional é menor.

A construtora e incorporadora tem apresentado uma melhora operacional nos últimos anos em meio ao forte desempenho de lançamentos e volume de vendas, beneficiando a margem bruta, e tem conseguindo reverter seu índice de distratos (quando o comprador desiste de comprar o imóvel e pede parte do dinheiro de volta). “Consequentemente, observamos uma forte geração de caixa nos últimos resultados”, diz a Guide.

A corretora destaca a melhora de sua eficiência operacional, fruto também do controle de custos e despesas. A Guide segue otimista com a Tenda, mas alerta para riscos de curto prazo: possíveis indefinições envolvendo recursos de Minha Casa Minha Vida.

Abaixo, as carteiras de small caps de cada corretora para setembro.

CorretoraEmpresaAçãoRent agosto
CoinvaloresMarfrig ONMRFG38.9%
Trisul ONTRIS3
Unidas ONLCAM3
Eztec ONEZTC3
JHSF ONJHSF3
Marcopolo PNPOMO4
LinxLINX3
ViaVarejo ONVVAR3
Hermes Pardini ONPARD3
CSU Card ONCARD3
BradescoTotvs ONTOTS3-4,1%
Santos Brasil ONSTBP3
CVC BrasilCVCB3
Gol PNGOLL4
Cesp PNBCESP6
Itaú UnibancoArezzo ONARZZ3-0,70%
Hermes Pardini ONPARD3
Unidas ONLCAM3
Minerva ONBEEF3
Usiminas PNBUSIM5
Randon Part PNRAPT4
Ser Educacional ONSEER3
Tenda ONTEND3
Oi ONOIBR3
Totvs ONTOTS3
SantanderKroton ONKROT3-4,11%
Duratex ONDTEX3
Cesp PNBCESP6
Iguatemi ONIGTA3
Cyrela ONCYRE3
Linx ONLINX3
Randon Part PNRAPT4
Unidas ONLCAM3
MiraeEstacio PartESTC31,20%
Banrisul PNBBRSR6
Fleury ONFLRY3
CVC BrasilCVCB3
Odontoprev ONODPV3
Taesa UnitTAEE11
Gerdau Met.GOAU4
ViaVarejo ONVVAR3
SulAmerica UnitSULA11
Transm PtaTRPL4
NectonHermes Pardini ONPARD35,80%
Banrisul PNBBRSR6
Tenda ONTEND3
Lopes Brasil ONLPSB3
Marfrig ONMRFG3
Genial InvestAlupar UnitALUP11-2,03%
Unipar Carb. PNBUNIP6
Camil ONCAML3
PetroRio ONPRIO3
Tenda ONTEND3
Metal Leve ONLEVE3
Gerdau Met.GOAU4
SLC AgrícolaSLCE3
Terra InvestMetal Leve ONLEVE3ND
Unipar PNBUNIP6
SLC AgrícolaSLCE3
Oi ONOIBR3
Marcopolo PNPOMO4
Elite InvestimentosABC BrasilABCB43,05
Arezzo ONARZZ3
Le Lis Blanc ONLLIS3
MovidaMOVI3
CVC BrasilCVCB3
Paranapanema ONPMAM3
Oi ONOIBR3
PetroRio ONPRIO3
ValidVLID3
ViaVarejo ONVVAR3
Guide InvestAlupar UnitALUP11-3,1
Duratex ONDTEX3
Tenda ONTEND3
Sanepar UnitSAPR11
Via Varejo ONVVAR3

*Esta matéria foi publicada originalmente no site Arena do Pavini

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