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As 10 cidades mais caras para trabalhar no exterior

Estudo da Mercer mostra a posição de cidades dos Estados Unidos, Europa e América Latina quando o tema é custo de vida para trabalhadores estrangeiros

Hong Kong: cidade está no topo do ranking feito pela Mercer (Bobby Yip/Reuters)

Hong Kong: cidade está no topo do ranking feito pela Mercer (Bobby Yip/Reuters)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 26 de junho de 2018 às 13h56.

Última atualização em 27 de junho de 2018 às 08h25.

São Paulo - Hong Kong ultrapassou Luanda, capital de Angola, e assumiu o posto de cidade mais cara do mundo para quem quer trabalhar no exterior, de acordo com a 24ª Pesquisa Anual de Custo de Vida da consultoria Mercer.

Tóquio e Zurique, na Suíça, ficaram na segunda e terceira posições do ranking, respectivamente. Já Singapura ficou em quarto lugar, uma posição acima em relação a 2017, e Seul, na Coreia do Sul, na quinta posição. Ou seja, quatro das cinco cidades mais caras do mundo para expatriados estão localizadas na Ásia.

O estudo inclui 209 cidades nos cinco continentes e avalia o custo comparado de mais de 200 itens, incluindo habitação, transporte, alimentação, vestuário e lazer. Nova York é a cidade-base para as comparações. Portanto, as variações cambiais são medidas em relação ao dólar americano.

Fatores como valorização cambial (que costuma oscilar , alta inflação e flutuação de preços de bens e serviços influenciam no custo de vida para trabalhadores no exterior e fazem com que uma cidade suba no ranking da Mercer.

Veja abaixo quais são as 10 cidades mais caras para trabalhar no exterior, de acordo com pesquisa da Mercer:

CidadePaís
Hong KongChina
TóquioJapão
ZuriqueSuíça
SingapuraSingapura
SeulCoréia do Sul
LuandaAngola
XangaiChina
N'DjamenaChade
BeijingChina
BernaSuíça

Segundo a líder de mobilidade da consultoria, Indre Medeiros, as mudanças no ranking se devem principalmente às flutuações cambiais, como a depreciação do dólar americano ante outras moedas importantes no mundo. "As medidas do governo chinês para fortalecer o yuan levou as cidades chinesas ao topo do ranking. Xangai ficou em 7º e Beijing, em 9º".

A executiva explica, contudo, que Luanda e Hong Kong estão no topo do ranking por razões bem diferentes. "Luanda, por questões de segurança, criou ilhas de consumo. Por conta disso, os preços de bens e serviços são altos por lá. Já Hong Kong é um pólo tecnológico cuja economia dita tendências globais. Essa característica torna seu custo de vida elevado".

A pesquisa da consultoria tem como objetivo ajudar empresas multinacionais e governos a estabelecerem estratégias de remuneração para funcionários expatriados, mas também serve como termômetro para que trabalhadores que têm interesse em trabalhar no exterior possam pedir uma remuneração adequada antes de tomarem a decisão de mudar de país. "O objetivo é garantir que o poder de compra do funcionário seja o mesmo que tem em seu país de origem, diz Indre.

O ranking próprio funcionário estar atento possíveis impactos custo de vida venha a ter devido à mobilidade

Brasil

Entre as 209 cidades do ranking, estão três brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

A capital paulista, que ocupava a 26ª posição no ranking do ano passado, caiu para a 58ª colocação neste ano por conta da desvalorização do real em relação ao dólar.

Apesar do recuo, a cidade continua sendo a mais cara da América Latina para expatriados, seguida por Santiago, em 69ª e pelo Rio de Janeiro, em 99ª.

Assim como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília também caíram no ranking. A capital fluminense caiu 43 posições e a capital federal, 32.

Estados Unidos e Canadá

Cidades dos Estados Unidos caíram no ranking da consultoria por conta da recuperação da economia europeia, que causou a depreciação do dólar.

Nova York recuou quatro posições e ficou na 13ª colocação, ocupando a posição mais alta no ranking da região. São Francisco (28ª) e Los Angeles (35ª) caíram sete e doze posições, respectivamente, em relação ao ano passado, enquanto Chicago (51ª) caiu vinte posições.

Washington D.C (56ª) recuou dezessete posições e tanto Miami (60ª) como Boston (70ª) caíram dezenove posições. Portland (130ª), no Oregon, e Winston Salem (161ª), na Carolina do Norte, continuam sendo as cidades americanas mais acessíveis para trabalhadores estrangeiros entre as pesquisadas.

Embora a maioria das cidades canadenses tenha caído no ranking, a cidade com a posição mais alta no país, Toronto (109ª), subiu dez posições em consequência do aumento no custo dos aluguéis para expatriados. Vancouver (109ª) caiu duas posições, enquanto Montreal (147ª) e Calgary (154ª) caíram, respectivamente, dezoito e onze posições.

Europa

Duas cidades europeias estão entre as dez cidades mais caras no ranking de 2018 da Mercer.

Número três no ranking global, Zurique continua sendo a mais cara da Europa, seguida por Berna (10ª). Genebra (11ª) caiu quatro posições em relação ao ano passado, como consequência, principalmente, de uma tendência de baixa de preços de imóveis na cidade.

Todas as cidades na Europa Ocidental subiram posições, resultado das taxas de câmbio locais fortes em relação ao dólar e do custo de bens e serviços. As cidades alemãs registraram algumas das maiores elevações no ranking, com Frankfurt (68ª) e Berlim (71ª) saltando quarenta e nove posições e Munique (57ª) quarenta e uma posições. No Reino Unido, Londres subiu dez lugares e ficou na 19ª posição.

Outras cidades do continente que subiram no ranking são Paris (34ª), que ficou vinte e oito lugares acima em relação ao ano passado; Roma (46ª), que ficou trinta e quatro posições acima em relação ao último ranking; Madri (64ª), que subiu quarenta e sete posições; e Viena (39ª): a cidade saltou trinta e nove lugares.

Por outro lado, algumas poucas cidades na Europa Oriental e Central, incluindo Moscou (17ª), São Petersburgo (49ª) e Kiev (173ª), caíram, respectivamente, quatro, catorze e dez posições. O movimento foi causado pela perda de valor das moedas locais em relação ao dólar.

América do Sul

Na América do Sul, a maioria das cidades caiu no ranking, apesar do aumento nos preços de bens e serviços em países como Argentina e Uruguai.

Lima (132ª) caiu vinte e oito posições, e Bogotá (168ª) caiu quinze posições. Tegucigalpa (201ª) é a cidade menos cara na América do Sul. Caracas, na Venezuela, foi excluída do ranking por conta da complexidade da situação da moeda local. Sua classificação apresentaria grandes variações, dependendo da taxa de câmbio oficial escolhida.

Ásia

Nesse ano, Hong Kong (1ª) ocupou o posto de cidade mais cara para expatriados tanto na Ásia quanto mundialmente. O pólo tecnológico chinês é seguido por Tóquio (2ª), Singapura (4ª), Seul (5ª), Xangai (7ª) e Beijing (9ª).

Mumbai (55ª) é a cidade mais cara na Índia, seguida por Nova Deli (103ª) e Chennai (144ª). Já Calcutá (182ª) e Bangalore (170ª) são as cidades indianas menos caras no ranking.

Bangkok (52ª) saltou quinze posições em relação ao ano passado e Kuala Lumpur (145ª) subiu 20 posições no ranking. Por outro lado, Hanói (137ª) despencou trinta e sete posições. Bisqueque (207ª) e Tasquente (209ª) continuam sendo as cidades menos caras para expatriados na região.

Austrália

As cidades australianas caíram no ranking neste ano. Brisbane (84ª) e Perth (61ª) caíram treze e onze posições, respectivamente, enquanto Sydney (29ª), a cidade ranqueada como a mais cara para expatriados no país, caiu cinco posições. Melbourne caiu 12 lugares e ficou na 58ª posição.

Oriente Médio 

Tel Aviv (16ª) continua sendo a cidade mais cara para expatriados no Oriente Médio, seguida por Dubai (26ª), Abu Dhabi (40ª) e Riad (45ª).

Cairo (188ª) permanece no posto de cidade menos cara na região. As cidades do Oriente Médio caíram no ranking por conta da queda no custo dos aluguéis em toda a região, segundo a Mercer.

África

Mesmo caindo cinco posições, por conta da queda dos preços dos aluguéis e da depreciação da moeda local, a cidade angolana de Luanda (6ª) permanece como a mais cara da África.

N'Djamena (8ª) vem em seguida, subindo sete posições em relação ao último ranking. Catorze posições acima do último levantamento está Libreville (18ª), no Gabão. Ela é seguida por Brazzaville (19ª), no Congo, que subiu onze lugares.

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