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As 10 ações mais arriscadas do Ibovespa

Empresas do setor de construção civil foram as mais voláteis da bolsa em março, segundo levantamento da consultoria Cyrnel

No mês de março, papéis da construção civil registraram maior volatilidade (Lailson Santos/EXAME)

No mês de março, papéis da construção civil registraram maior volatilidade (Lailson Santos/EXAME)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 2 de abril de 2011 às 07h00.

São Paulo - O mês de março foi bom para quem investe em bolsa apesar das diversas notícias ruins que vieram de várias partes do mundo. O Japão ainda agoniza com os efeitos de um terremoto e de um tsunami que mataram milhares de pessoas e ainda não eliminou o risco de uma catástrofe nuclear. A Líbia e seus campos de exploração de petróleo passaram a ser bombardeados por uma coligação internacional depois de semanas de instabilidade política e motins populares.

As consequências de fatos como esses não passaram despercebidas pelas bolsas em todo o mundo. No entanto, o resultado final acabou sendo positivo. O Ibovespa subiu 1,8% em março e liderou o ranking de rentabilidade entre todas as aplicações no mês. Os investidores permaneceram mais focados nos bons resultados obtidos pela economia americana, que parece cada vez mais nos trilhos.

Mas só ganhou dinheiro no mês passado quem teve sangue frio para manter o dinheiro aplicado mesmo diante de tantos eventos inesperados. Tanto o Japão quanto a Líbia aumentaram radicalmente a volatilidade na Bovespa. O gráfico dos resultados diários da bolsa se assemelhou a uma montanha-russa devido às incertezas sobre as possíveis conseqüências devastadoras de um acidente nuclear grave e de mais uma guerra no norte da África.

A volatilidade média de muitos ativos financeiros que compõem o Ibovespa foi ainda maior. A consultoria financeira Cyrnel International analisou a oscilação das cotações de todos os papéis que fazem parte do principal índice da bolsa paulista. Confira abaixo a lista das 10 ações mais arriscadas do Ibovespa no mês de março:

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Ação Grau de Risco
PDG Realt ON 2,36
ALL Amer Lat ON 2,25
Gafisa ON 2,11
Rossi Resid ON 2,07
Gerdau Met PN 2,07
Brookfield ON 2,06
MRV ON 2,05
LLX Log ON 2,03
MMX Miner ON 2,02
Hypermarcas ON 1,9

Fonte: Cyrnel International


O levantamento avalia o risco de um papel considerando um benchmark, no caso o Ibovespa, para o qual é atribuído grau de risco 1. Assim, é possível observar que uma carteira composta apenas pela ação da construtora e incorporadora PDG Realty é 136% mais arriscada que o Ibovespa.

Dos dez papéis mais voláteis da lista, cinco são relacionados ao setor da construção civil. Papéis da PDG Realty, Gafisa, Rossi Residencial, Brookfield e MRV apareceram no topo lista dos mais arriscados porque o setor como um todo foi surrado em bolsa nas últimas semanas.

Os investidores precificaram expectativas bem menos otimistas em relação à construção de imóveis neste ano. A demanda continua aquecida, mas as incorporadoras estão com mais dificuldades para conseguir terrenos, mão de obra e equipamentos. Como são obrigadas a pagar mais por bens e serviços, muitas das empresas do setor já estão com margens de lucro menores.

Na lista dos papéis com maior variabilidade de preço, também aparecem as ações da Gerdau. A empresa anunciou que vai fazer uma nova oferta de ações, o que elevou a volatilidade das cotações. Já as empresas LLX e MMX são tradicionalmente bastante arriscadas, assim como todas as companhias do bilionário Eike Batista.

Segundo a consultoria, a análise não tem como objetivo prever o futuro do preço de uma ação, se ele vai cair ou subir. A ideia é apresentar quais são os papéis mais voláteis em relação à média.

A Cyrnel alerta que a escolha dos papéis que vão compor uma carteira de investimentos deve levar em conta o grau de risco que as ações oferecem para o conjunto e também a maneira como os papéis se relacionam. Se para um investidor uma ação tem grande peso no risco total, em outro contexto o mesmo papel pode oferecer um risco menor. Portanto, vale a recomendação de prestar a atenção nos papéis escolhidos para compor uma carteira de investimentos.

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