Open Finance: sistema completou cinco anos de operação (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Repórter
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 15h19.
O Open Finance, sistema que permite a interação entre diferentes bancos, chega aos cinco anos com mais de 100 milhões de autorizações para compartilhamento de dados e transações. Segundo o Banco Central, ecossistema já é capaz de conectar 65 milhões de contas e movimenta cerca de R$ 1,2 bilhão por mês em pagamentos no Brasil.
Além do compartilhamento de dados entre instituições financeiras, o sistema permite a realização de transferências e pagamentos. Em uma live promovida pelo Banco Central, o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor), Mardilson Queiroz, explicou como funciona:
“É possível transferir dados de um banco para outro, e também realizar pagamentos ou transferências utilizando a estrutura do open finance, como, por exemplo, ao transferir dinheiro de uma conta em outro banco, caso falte saldo em uma conta."
De acordo com Queiroz, em breve será possível realizar a portabilidade de crédito de forma mais rápida e eficiente por meio do sistema. “O Open Finance já é uma realidade e continuará a crescer e se expandir”, afirmou.
Ele também destacou que, apesar de sua complexidade, o Brasil tem avançado rapidamente na implementação de sistemas semelhantes que outros países.
O chefe do Denor ainda mencionou o crescimento acelerado das chamadas de API (Interface de Programação de Aplicações). “Chegamos a ter semanas com mais de quatro bilhões de chamadas mais recentemente.”
Somente no mês de julho, foram feitos 4,5 milhões de pagamentos pelo Open Finance: “É um dos ecossistemas de maior sucesso no mundo em termos de abrangência, número de instituições participantes e adesão das pessoas”, disse Mardilson Queiroz.
Ele ressaltou que o Banco Central incentiva a oferta de produtos e serviços baseados no Open Finance, mas que a decisão de disponibilizar tais serviços depende de cada instituição financeira. Portanto, o cliente deve verificar as opções oferecidas pelo seu banco.
“Se um cliente deseja transferir seus dados do banco X para o banco Y, o banco Y pode ou não disponibilizar essa opção, mas o banco X é obrigado a permitir que o cliente leve seus dados ou dinheiro para outra instituição pelo Open Finance.”
Ao comentar sobre o futuro do Open Finance, ele mencionou a portabilidade de crédito, salário e investimentos, além de um marketplace de crédito, como exemplos de como o ecossistema pode promover maior fluidez, eficiência, simplicidade e mobilidade nos serviços e produtos, colocando o cliente no centro do processo.
“Espera-se também uma melhoria do nível de performance das instituições e, para isso, é importante ressaltar o papel do monitoramento do ecossistema, tanto pela Estrutura de Governança quanto pelo Banco Central”, declarou. “Além de uma integração cada vez maior com outras soluções do BC, assim como já ocorre com o Pix e também com outras tecnologias e tendências, caso de inteligência artificial e tokenização.”
O Open Finance é um sistema de normas técnicas que possibilita a comunicação entre diferentes bancos. Criado com o objetivo de garantir que os clientes tenham autonomia e controle sobre seus dados, o ecossistema está de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).