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Aplicações atreladas à Selic perdem da inflação

Rentabilidade de fundos DI e poupança tem ficado abaixo da inflação na maioria das carteiras do mercado


	Popança: Até agosto, o ganho na poupança é de 3,72%, abaixo da inflação, o que não garante o poder de compra do investidor
 (Stock.xchng)

Popança: Até agosto, o ganho na poupança é de 3,72%, abaixo da inflação, o que não garante o poder de compra do investidor (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2012 às 10h42.

São Paulo - A rentabilidade das aplicações atreladas ao juro básico (Selic) - fundos DI e poupança - tem ficado abaixo da inflação na maioria das carteiras disponíveis no mercado. Dados do boletim mensal da Anbima mostram que, no ano, até agosto, 344 fundos DI - ou 76,8% do total da categoria - perdem para o IGP-M, o índice que regula os contratos de aluguel e reajusta escolas e tarifas do setor público. Na prática, esse resultado mostra que um dos investimento mais usados para proteção da renda não tem garantido sequer o poder de compra dos investidores.

Para se ter uma ideia, a alta da inflação pelo IGP-M é quase o dobro do retorno de um dos maiores fundos DI disponíveis ao pequeno investidor, ligado a um grande banco privado e que cobra uma taxa de administração de 3,9% ao ano. Enquanto a alta do IGP-M acumulada no ano, até agosto, é de 6,07%, a rentabilidade desse fundo ficou em 3,19% no mesmo período. Segundo especialistas, para garantir um rendimento razoável em um fundo com esse perfil, o limite máximo da taxa de administração precisa ficar em 1%.

Na poupança, onde a regra de remuneração mudou no primeiro semestre para torná-la atrelada à Selic, a situação não é muito diferente. Até agosto, o ganho é de 3,72%, abaixo da inflação, o que também não garante o poder de compra do investidor. "A rentabilidade das cadernetas antigas neste ano já está dada, uma vez que a Taxa Referencial (TR) ficará zerada, e deve ficar em 6,48%", comenta o economista e matemático José Dutra Vieira Sobrinho, ao falar que o IGP-M vai ultrapassar, e muito, essa projeção de rendimento.

Para o fim do ano, o mercado espera que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumule inflação de 5,36%. "Haveria um ganho real pequeno. Mas, no caso dos fundos, outros pontos têm de ser considerados, como imposto de renda e taxa de administração", diz.

"Em geral, com a queda do juros promovida pelo Banco Central, a rentabilidade de todos os ativos atrelados à Selic foi arrastada para baixo", diz o professor do MBA em finanças da BBS Business School, Plínio Chapchap. Segundo ele, houve uma mudança da política econômica do País. "O Banco Central se tornou menos rigoroso na inflação. Busca juros menores, mesmo que tenha que aceitar uma inflação um pouco maior", afirma.

Taxas altas

Apesar de o mercado em geral ter reduzido as taxas de administração, em alguns produtos conservadores, como os DI, as tarifas ainda continuam altas. "Se o gestor cobrar uma taxa superior a 1%, a poupança já ganha desses fundos", calcula Dutra Sobrinho. O IPCA, até agosto acumula alta de 3,18%, o que ainda torna a inflação maior do que 16 fundos, basicamente por conta da taxa de administração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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