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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O total de empréstimos e financiamentos atingiu 412,1 bilhões de reais em fevereiro, o que representa uma leve variação de 0,7% no mês. Segundo relatório do Banco Central (BC), divulgado nesta terça-feira (23/3), a demanda de recursos das empresas esteve associada, principalmente, ao incremento das operações voltadas à exportação e à necessidade de recomposição do fluxo de caixa. A demanda por financiamentos das famílias continua vinculada aos gastos característicos do período, predominando a utilização do crédito
pessoal, com ênfase para a ampliação dos contratos consignados em folha de pagamento. Como resultado, o total de empréstimos em relação ao PIB situou-se em 25,6% em fevereiro.
O volume das operações de crédito destinado ao setor privado atingiu R$396,6 bilhões em fevereiro, com crescimento de 0,7% no mês. Esse desempenho refletiu, principalmente, o aumento das contratações da indústria e das pessoas físicas. Os empréstimos para o setor industrial mostraram crescimento de 1% em fevereiro, alcançando 114,2 bilhões de reais. Quem mais pegou dinheiro emprestado foram os setores farmacêutico, automotivo e de papel e celulose.
A carteira de crédito para pessoas físicas, estoque de 91,6 bilhões de reais em fevereiro, revelou expansão de 2,1% no mês. O que mais contribuiu para esse crescimento foi o empréstimo consignado em folha de pagamento ou similar, com variações de 3,9% no saldo. Também cresceu a carteira de aquisição de veículos, com incrementos de 1,8% no volume, motivados por campanhas promocionais e pelo término do acordo de redução do IPI ao final de fevereiro.
Quem mais empresta?
Quem mais emprestou em fevereiro foram as instituições privadas, cujas operações expandiram 1,5%, com saldo de 246,2 bilhões de reais. Os empréstimos concedidos pelo sistema financeiro público diminuíram 0,4%, volume de 165,9 bilhões. Os desembolsos realizados pelo BNDES totalizaram 5,2 bilhões de reais nos dois primeiros meses do ano, com expansão de 35,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Taxas de juros
As taxas de juros relativas às operações de crédito registraram, em fevereiro, queda de 0,3 ponto percentual, atingindo 45,1% ao ano. Esse resultado, a exemplo do mês anterior, decorreu da diminuição das taxas praticadas nos empréstimos para pessoas físicas, tendo em vista a relativa estabilidade que vem sendo observada no custo dos contratos com pessoas jurídicas.
Dessa maneira, a taxa média para pessoa física apresentou decréscimo de 1,2 ponto percentual no mês, alcançando 64,2% ao ano, valor que representa a menor taxa desde março de 2001 (63,5% ao ano). Destaca-se a contração de 2,5 ponto percentual em crédito pessoal, relacionada, principalmente, ao incremento dos empréstimos consignados em folha de pagamento, que apresentam encargos mais reduzidos.
A taxa média dos contratos realizados pelas empresas atingiu 30,2% ao ano em fevereiro, 0,1 ponto percentual superior à do mês anterior.
Spread bancário
Em relação ao spread bancário (diferença entre a taxa de juros com que o banco capta o dinheiro para emprestar e a taxa que ele cobra), observou-se recuo de 0,4 ponto percentual, ao atingir 29,4 pontos percentuais em fevereiro. Esse resultado refletiu a diminuição das taxas em decorrência do realinhamento das expectativas relacionadas à trajetória futura da taxa Selic. Nesse sentido, o spread das operações com pessoas físicas, cujas modalidades possuem prazos mais longos, registrou diminuição de 1,4 ponto percentual, atingindo 48,6 pontos percentuais, enquanto, no segmento de pessoas jurídicas, observou-se relativa estabilidade, com o spread situando-se em 14,4 pontos percentuais.
A inadimplência da carteira de crédito apresentou alta de 0,3 ponto percentual em fevereiro, alcançando 8,3%, ressaltando-se o crescimento de 0,5 ponto percentual nos atrasos dos créditos contratados pelas empresas, que atingiu 4,4%. No segmento de pessoas físicas, a inadimplência situou-se em 14,2%, com elevação de 0,2 ponto percentual no mês, que continua refletindo o aumento sazonal dos gastos das famílias.